A operação internacional para encontrar o submarino desparecido "ARA San Juan", com 44 tripulantes, já rastreou 68% da área de busca no Atlântico Sul, afirmou o porta-voz da Armada argentina nesta quarta-feira (29/11).
[SAIBAMAIS]A área total de rastreamento se reduziu de 74 km para 40 km de raio, com base em informações dadas pelos Estados Unidos e pela Áustria, assim como por "cálculos matemáticos da direção e velocidade que havia informado" o submarino em seu último contato, anunciou Enrique Balbi durante seu relatório diário em Buenos Aires.
Com a ajuda de navios e aeronaves de 18 países, a busca é realizada a cerca de 450 km da costa da Patagônia, em uma área cuja profundidade varia entre 200 e 1.000 metros.
"É muito difícil estimar um número preciso de quando vamos chegar a 100%. Depende da meteorologia. A varredura é lenta", afirmou Balbi.
As condições meteorológicas para as tarefas seriam muito boas nesta quarta e quinta-feira, detalhou.
Esta quarta-feira chegou à zona o navio "Sophie Siem", que transporta um minissubmarino americano que pode submergir até 610 metros e resgatar 16 pessoas por vez.
Junto com um submarino russo que chegará nos próximos dias, este dispositivo será rebocado até o fundo do mar, uma vez localizado o "ARA San Juan", para determinar qual é a sua situação e resgatar eventuais sobreviventes.
No entanto, duas semanas depois de seu desaparecimento, as chances de encontrar os tripulantes com vida são pequenas, concordam especialistas.
A área de busca se concentra ao redor do ponto onde foi reportada uma explosão no dia do desaparecimento, 15 de novembro, três horas após a última comunicação do submarino.
Na última mensagem, às 07h30 locais (08h30 de Brasília) desse dia, o "ARA San Juan" informou mediante comunicação telefônica que havia passado por uma avaria nas baterias - reportada na madrugada - devido a um curto-circuito por entrada de água pelo snorkel.
"Entrada de água do mar pelo sistema de ventilação ao tanque de baterias n;3 ocasionou curto-circuito e início de incêndio no balcão de barras de baterias. Baterias da proa fora de serviço. No momento em imersão propelindo com circuito dividido. Sem novidades da equipe, manterei informado", lê-se na mensagem naval enviada pela embarcação, cuja cópia exata foi vazada pela imprensa argentina na noite de segunda-feira.
Balbi reiterou que essa situação não foi considerada uma emergência e havia sido dada como superada, pois o comandante do submarino informou que continuaria seu rumo.
O "ARA San Juan" zarpou no domingo, 11 de novembro, de Ushuaia (3.200 km ao sul de Buenos Aires) para retornar a Mar del Plata (400 km ao sul da capital), seu porto habitual.