A situação do conflito no leste da Ucrânia supõe "um obstáculo persistente para qualquer normalização" das relações entre Estados Unidos e Rússia, advertiu nesta quinta-feira (7/12) o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.
As declarações foram feitas na reunião de ministros das Relações Exteriores dos 57 membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, da qual também participa o russo Sergei Lavrov, e cujo principal ponto é a mobilização das forças de paz na Ucrânia.
A reunião anual da OSCE é realizada em um momento em que as relações entre Washington e Moscou atravessam um momento difícil.
"Alcançamos um ponto baixo no que concerne à confiança entre os principais atores", declarou antes da abertura da reunião o secretário-geral da organização, Thomas Greminger.
"Podemos ter diferenças sobre outros temas (...), mas quando um país invade outro, é um problema difícil de ignorar ou aceitar", explicou Tillerson em coletiva de imprensa com seu contraparte austríaco, Sebastian Kurz.
"Dissemos claramente à Rússia desde o início: temos que enfrentar o tema ucraniano, é o obstáculo mais difícil para normalizar nossas relações", acrescentou.
À margem da conferência da OSCE, Tillerson tem previsto se encontrar com seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
Moscou sugeriu o envio dos Capacetes Azuis para proteger os observadores da OSCE a cargo de supervisionar o frágil cessar-fogo entre Kiev e os rebeldes separatistas.
Mas as potências ocidentais pedem que estendam o mandato de uma força de paz para toda a região disputada no leste da Ucrânia.
Cerca de 600 observadores da OSCE têm a missão de controlar o respeito ao acordo de paz concluído na Ucrânia.
Desde a explosão da crise ucraniana, a organização serviu de fórum onde Ucrânia, Rússia, União Europeia e Estados Unidos puderam dialogar.
Morreram mais civis este ano no leste da Ucrânia do que em todo o ano de 2016, e as violações ao cessar-fogo aumentaram 60%, assegurou Tillerson.
"Temos que ser claros sobre a origem desta violência: a Rússia arma, lidera, treina e luta junto com as forças contra o governo", explicou.
A OSCE agrupa 57 países, dos Estados Unidos à Mongólia, passando por Canadá e todo o continente europeu, para discutir temas de segurança, economia e direitos humanos.
Foi criada durante a Guerra Fria para facilitar o diálogo entre o bloco do leste e do oeste.