Agência France-Presse
postado em 09/12/2017 16:09
Tegucigalpa, Honduras -As forças opositoras de Honduras pediram formalmente a anulação das eleições de 26 de novembro ao alegar que foram "fraudulentas", em um novo capítulo da crise política que afundou o país no caos.
O partido esquerdista Aliança da Oposição contra a Ditadura, do candidato Salvador Nasralla, afirmou na noite de sexta-feira ante o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que houve "alteração intencional das atas de apuração".
"Eles (os juízes do TSE) sabem que este processo é completamente falido, é um processo onde há roubo de todos os lados", assegurou Nasralla após apresentar o recurso.
O primeiro relatório do TSE deu uma vantagem de cinco pontos para Nasralla, com 57% dos votos, mas o sistema para computar os votos sofreu alterações intermitentes. Posteriormente, o presidente Juan Orlando Hernández, que quer a reeleição, ficou na liderança com uma diferença de 1,6%.
O adiamento do anúncio dos resultados animou as denúncias de fraude.
A oposição e a formação de Hernández, o Partido Nacional (PN), levaram seus partidários às ruas para reivindicar a vitória, agravando a crise política.
Ocorreram confrontos entre opositores e policiais, assim como roubos e bloqueios das principais estradas.
Para acabar com os protestos, o TSE começou na quinta-feira a recontar os votos que entraram no sistema durante as interrupções. O proceso deve demorar quatro dias.
O Partido Liberal (PL, direita), terceira força com 14% dos votos, apresentou um recurso de nulidade por "violação da Constituição e da lei eleitoral".
O advogado do partido, Octavio Pineda, disse à imprensa que Hernández é um "candidato ilegal" porque a Sala Constitucional lhe permitiu a reeleição, proibida na Carta Magna.