O míssil disparado a partir do Iêmen contra a Arábia Saudita pelos rebeldes huthis no mês passado foi "fabricado no Irã", declarou nesta quinta-feira a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"Atrás de mim estão os restos recuperados do míssil disparado pelos combatentes huthis do Iêmen contra a Arábia Saudita", garantiu a diplomata.
"Foi fabricado no Irã antes de ser enviado aos rebeldes", afirmou, provocando a resposta imediata e categórica de Teerã, que denunciou provas "fabricadas" por Washington.
"O Irã não forneceu mísseis ao Iêmen. Não é por acaso que esta coletiva de imprensa acontece dois dias depois de uma entrevista na CNN durante a qual ela afirmou que o combate comum contra o Irã é de maior importância para os aliados dos americanos na região do que o estado crítico dos palestinos e do reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel", denuncia um comunicado da missão diplomática iraniana na ONU.
Haley falou nesta quinta em uma base militar americana, em meio a destroços de mísseis e de drones, que ela afirmou se tratar de restos de ataques recentes contra aliados dos Estados Unidos na região.
"Isso é absolutamente terrível e deve parar", disse ela, acrescentando: "não é apenas uma questão de acordo nuclear. É tudo o que eles fazem. O Irã acha que tem todos os direitos".
A diplomata denunciou que o Irã violou a Resolução 2231 das Nações Unidas, que inclui o acordo nuclear, proibindo o Irã de vender mísseis balísticos por cinco anos.
Ela explicou que as peças apresentadas foram recuperadas pela Arábia Saudita e "emprestadas" para os Estados Unidos, mas não soube dizer se cada peça havia sido apanhada na mesma data.
Perguntada sobre a possível data da venda desses mísseis, ela não respondeu, insistindo apenas na origem "irrefutavelmente" iraniana do material apresentado.
Tais "supostas provas, apresentadas publicamente hoje, são fabricadas, assim como as outras apresentadas em ocasiões precedentes", garantiu, por sua vez, o Irã.