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Jatos americanos interceptam aviões de guerra russos na Síria

Os combatentes russos estavam voando no espaço aéreo controlado pela coalizão americana, que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, ao atravessar para o lado leste do rio Eufrates, perto de Albu Kamal

Dois jatos americanos interceptaram dois aviões de guerra da Rússia sobre uma parte da Síria onde não deveriam estar operando, informou o Pentágono nesta quinta-feira.

Em determinado momento durante o incidente dessa quarta-feira (13/12), o americano F-22 Raptor furtivo usou sinalizadores e palha para fazer com que o russo Su-25s deixasse a área. E um piloto dos Estados Unidos teve que fazer uma "manobra agressiva" para impedir uma colisão no ar, anunciou o porta-voz do Pentágono, Eric Pahon.

Os combatentes russos estavam voando no espaço aéreo controlado pela coalizão americana, que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, ao atravessar para o lado leste do rio Eufrates, perto de Albu Kamal.

Eles "foram rapidamente interceptados por dois F-22A Raptors, que fornecem cobertura aérea para as forças terrestres parceiras que realizam operações para derrotar o ISIS", disse Pahon.

"Os F-22s realizaram várias manobras para persuadir os Su-25 a deixar o nosso espaço aéreo, inclusive jogando palha e usando sinalizadores próximos ao avião russo, além de realizar chamadas no canal de emergência para transmitir aos pilotos russos que eles precisavam sair dali", acrescentou.

O incidente durou aproximadamente 40 minutos, antes do avião russo voar para o lado oeste do rio.

Durante e após a ação, os líderes da coalizão contactaram os oficiais russos em uma linha direta especial para tentar acalmar a situação e evitar um "erro de cálculo estratégico", afirmou Pahon.

O Pentágono declarou que, no início de novembro, os Estados Unidos concordaram verbalmente com Moscou que os russos permaneceriam a oeste do Eufrates e a coalizão no leste.

"Desde que concordaram com este arranjo, os russos voaram no nosso espaço aéreo, no lado leste do rio, de seis a oito vezes por dia, ou aproximadamente 10% dos voos russo e sírio", disse Pahon.

"Se torna cada vez mais difícil para os nossos pilotos discernir se as ações dos pilotos russos são deliberadas, ou se são apenas erros", continuou Pahon.

Albu Kamal foi o último reduto urbano do EI na Síria, até o Exército recuperá-lo no mês passado.