Agência France-Presse
postado em 16/12/2017 16:42
Bagdá - Pela primeira vez desde a ofensiva do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Iraque, em 2014, o número de deslocados e o de pessoas que voltaram para suas casas é quase igual, segundo a Organização Internacional de Migração (OIM).
"No fim de novembro, 2,75 milhões de deslocados voltaram para suas casas, enquanto 2,88 milhões de pessoas continuam deslocadas", indicou a instituição em um estudo publicado nessa semana.
"Se essa tendência continuar, acreditamos que em janeiro, pela primeira vez desde 2014, o número de pessoas que terão voltado será maior do que o de deslocados", afirmou à AFP a porta-voz da OIM no Iraque, Sandra Black.
O EI surgiu em 2014 e chegou a controlar grande parte do Iraque, até que as forças iraquianas lançaram, em 2016, uma contraofensiva. O governo acaba de proclamar a vitória militar sobre a organização extremista, expulsa de todos os centros urbanos.
Segundo o estudo da OIM, as províncias de Al-Anbar e de Nínive, de maioria sunita, são as que tiveram maior taxa de retorno dos moradores.
Entre os entrevistados, 30% afirmaram que sua casa tinha sido "danificada de forma significativa", enquanto 60% apontaram danos moderados.
As pessoas com mais dificuldades para voltar às suas casas são as que não têm títulos de propriedade regulares, sobretudo as mais pobres e vulneráveis.
Contudo, o maior obstáculo para a volta "continua sendo a insegurança no local de origem, devido à persistência de um conflito, da presença de munição, de minas, ou de milícias".
De acordo com a OIM, a grande maioria dos sunitas árabes e curdos voltaram para suas casas, diferentemente das minorias turcomanas sunitas e xiitas, yazidis, cristãos e shabaks.