A Assembleia Geral da ONU adotou nesta quinta-feira (21/12), por ampla maioria, uma resolução condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.
Dos 193 países-membros, 128 votaram a favor desta resolução e 9 contra, enquanto 35 países decidiram se abster nesta votação que o presidente americano prometeu acompanhar de perto, ameaçando com represálias financeiras àqueles que apoiarem o texto.
Sete países - Guatemala, Honduras, Togo, Micronésia, Nauru, Palau e as Ilhas Marshall - se juntaram a Israel e aos Estados Unidos e se opuseram à medida.
Entre os 35 países que se abstiveram estão Argentina, Austrália, Canadá, Croácia, República Checa, Hungria, Letônia, México, Filipinas, Romênia e Ruanda.
A Ucrânia, que apoiou o projeto de resolução no Conselho de Segurança, estava entre os 21 países que não se apresentaram para a votação.
Os palestinos comemoraram o resultado da votação.
"Esta decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional (...) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital", afirmou o porta-voz do presidente palestino Mahmud Abbas.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estar satisfeito com o número de países que não votaram.
"Em Israel nós rejeitamos esta decisão da ONU e reagimos com satisfação diante do número importante de países que não votaram a favor desta decisão", afirmou o primeiro-ministro em um comunicado.
A medida foi enviada à Assembleia Geral depois de ter sido vetada pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança na segunda-feira, embora todos os outros 14 membros do colegiado tenham votado a favor.
"Os Estados Unidos se lembrarão deste dia", disse o embaixador dos EUA, Nikki Haley, à assembleia.
"A América colocará nossa embaixada em Jerusalém", disse Haley. "Nenhum voto nas Nações Unidas fará qualquer diferença nisso".
"Mas este voto fará a diferença em como os americanos olham para a ONU e sobre a forma como olhamos os países que nos desrespeitam na ONU", acrescentou.
"Quando fazemos contribuições generosas para as Nações Unidas, também temos uma expectativa legítima de que nossa boa vontade seja reconhecida e respeitada".
Embora as resoluções da Assembleia Geral não sejam vinculantes, a votação tem um forte peso político.