Agência France-Presse
postado em 07/01/2018 14:44
O presidente americano, Donald Trump, chamou neste domingo (7) de "livro falso" o explosivo relato dos bastidores de seu governo que questiona a sua aptidão para o cargo, enquanto seus aliados o defendiam, com um deles chamando-o de "gênio político".
A Casa Branca tem lançado contra o retrato desfavorável do presidente em "Fire and Fury", um livro supostamente revelador publicado na sexta-feira sobre o governo Trump pelo jornalista Michael Wolff.
Trump tuitou neste domingo que o best-seller instantâneo - que o mostra como desinteressado e instável, com sinais de séria perda de memória - era um "livro falso, escrito por um autor totalmente desacreditado".
[SAIBAMAIS]Um dia antes, criticando a insinuação de Wolff de sua instabilidade, Trump se chamou de "um gênio muito estável".
O conselheiro sênior de política de Trump, Stephen Miller, tratou o livro de forma irônica, insistindo que seu chefe era, de fato, "um gênio político", durante uma entrevista na CNN neste domingo. Sobre o autor, Miller disse: "é um autor lixo de um livro lixo. Nada além de uma pilha de lixo".
Ele atacou seu antigo colega da Casa Branca Steve Bannon, que foi uma fonte-chave para a obra, como "vingativo" e "fora de contato com a realidade".
;Pura fantasia;
Enquanto isso, o diretor da CIA, Mike Pompeo, que apareceu no Fox News Sunday, insistiu que o retrato de Wolff de Trump era "pura fantasia".
Longe de ser desinteressado e incapaz de lidar com questões políticas complexas, Pompeo declarou: "o presidente está envolvido, ele entende a complexidade, faz perguntas realmente difíceis para nossa equipe na CIA". E descreveu Trump como um "consumidor ávido" da Inteligência da agência.
Pompeo acrescentou que Trump está "completamente apto", dizendo que era "ridículo" sugerir o contrário. Mas em um possível sinal de sensibilidade da Casa Branca em relação ao livro, Miller discutiu com seu entrevistador da CNN, Jake Tapper.
Quando Tapper tentou questioná-lo sobre seu trabalho com Bannon, a entrevista foi levada para uma série de interrupções e acusações mútuas. Miller chamou Tapper "condescendente" e "malicioso", e acusou a CNN de se envolver em uma "cobertura histérica e negativa contra Trump" e com "relatos falsos espetacularmente embaraçosos".
Os dois falavam ao mesmo tempo quando Tapper anunciou: "acho que já desperdicei o suficiente o tempo de meus espectadores. Obrigado Stephen", afastando-se de Miller - que continuava falando - para anunciar o próximo convidado.
Miller não foi tratado gentilmente no livro de Wolff. O autor escreveu que ele "deveria ser o intelectual, mas não o era. Deveria ser um especialista em comunicações, mas ele antagonizava quase todos".
A atitude combativa de Miller na CNN foi elogiada por seu chefe. "Jake Tapper da CNN ;Fake News; acabou de ser destruído em sua entrevista com Stephen Miller da administração Trump. Assista ao ódio e à injustiça deste ajudante da CNN", tuitou Trump após a entrevista ir ao ar.