A Comissão Europeia pediu, nesta segunda-feira (8/1), para as capitais do bloco darem uma contribuição maior no primeiro orçamento comunitário sem o Reino Unido, para cumprir "novos desafios" como a política de defesa, mas alertou para "cortes expressivos" em alguns programas.
"Alguns sacrifícios terão que ser feitos. Haverá cortes em alguns programas importantes e eles serão impressionantes", alertou o comissário europeu de Orçamento, o alemão Günther Oettinger, em uma conferência organizada por um grupo de especialistas em Bruxelas.
O Reino Unido vai deixar seus 27 sócios europeus no fim de março de 2019 e, com sua saída, também serão perdidos "de 12 bilhões a 13 bilhões de euros anuais" da contribuição do país ao orçamento europeu, lembrou Oettinger.
Para preencher o vácuo deixado pelo Brexit, a Comissão estuda como financiar o próximo Marco Financeiro Plurianual (MFP) para o período 2021-2027 - uma espécie de orçamento comunitário que fixa as grandes prioridades políticas e o gasto máximo anual.
Além dos cortes, que não devem afetar o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus%2b, nem o de pesquisa e inovação Horizonte 2020, os países europeus deveriam aumentar sua contribuição anual do 1% de seu PIB a "1,1%", segundo o comissário.
"Nossa proposta orçamentária é economizar até 50% na perspectiva atual e somar até 50% de novos fundos", acrescentou o responsável da Comissão Europeia, que deve publicar suas propostas em maio.
O atual MFP de sete anos vence em 31 de dezembro de 2020.
O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, se opôs a "cortes sanguentos" nas políticas de coesão, que destinam fundos para o desenvolvimento de regiões menos ricas da UE, bem como a Política Agrária Comum (PAC). Os dois programas representam dois terços do orçamento anual do bloco.