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China tenta controlar maré negra de petroleiro em chamas

O navio-tanque "Sanchi", que transportava 136.000 toneladas de hidrocarbonetos leves (condensados), está em chamas desde de sábado à noite depois de se chocar com um cargueiro chinês


"Com o navio em chamas, a maioria desses condensados deve consumir-se, e não vazar na água", avaliou a organização Greenpeace em um comunicado enviado à AFP. "Mas se o navio tombar antes que os hidrocarbonetos sejam totalmente consumidos, as operações de limpeza serão extremamente complicadas", acrescenta.

A carga consistia em produtos destinados à empresa sul-coreana Hanwha Total (joint venture entre a francesa Total e o conglomerado sul-coreano Hanwha). O navio e a sua carga estavam segurados, disseram as autoridades iranianas.

O navio de carga chinês, por sua vez, navegava sob a bandeira de Hong Kong e transportava 64 mil toneladas de grãos americanos para a China, de acordo com o ministério dos Transportes chinês. O petroleiro iraniano corre o risco de explodir e seus 32 tripulantes continuam desaparecidos, embora um primeiro corpo tenha sido resgatado e ainda não identificado.

Especialistas em meio ambiente estão preocupados com uma possível catástrofe ecológica ligada ao vazamento de petróleo. Se toda a carga do petroleiro for descarregada no mar, será uma das piores marés negras das últimas décadas. "É muito provável que destrua toda a vida marinha em uma vasta área", indicou à AFP Wei Xianghua, cientista ambiental da Universidade Tsinghua, em Pequim.

Mesmo no melhor dos casos, um retorno ao normal levará muito tempo, de acordo com Wei. Dois navios chineses especializados se encontram no local do desastre para tentar conter o vazamento, segundo o ministério dos Transportes.

Trata-se da segunda colisão de um navio da NITC nos últimos anos. No verão de 2016, um superpetroleiro do operador iraniano se chocou com um cargueiro no Estreito de Cingapura, embora não tenha ocasionado vítimas nem provocado impacto no meio ambiente.

O Estreito de Cingapura é uma rota muito utilizada, o que aumenta o risco de colisão, como a ocorrida em agosto entre um petroleiro e o destróier americano "USS John McCain". Ainda assim, os acidentes em alto-mar seguem sendo incomuns.