Agência France-Presse
postado em 10/01/2018 08:50
Pequim, China - O presidente francês, Emmanuel Macron, não quer dar "lições" sobre direitos humanos à China, alegando que o gesto seria "totalmente ineficaz" - declarou na terça-feira (9/1) em sua visita de Estado a Pequim. "Há diferenças entre nós que estão relacionadas com nossa história, com nossas filosofias profundas, com a natureza de nossas sociedades", defendeu Macron, na terça à noite, em sua declaração conjunta com o presidente chinês, Xi Jinping.
[SAIBAMAIS]"Posso aproveitar para dar lições à China, falando com a imprensa francesa. Isso já aconteceu muitas vezes. Não dá qualquer resultado", disse aos jornalistas durante a visita a uma galeria de arte em Pequim. "É totalmente ineficaz. Acredito na diplomacia do respeito recíproco. Devemos trabalhar em longo prazo", insistiu.
A ONG Human Rights Watch (HRW) havia pedido a Macron que reivindicasse "publicamente" do presidente Xi que o país fizesse melhoras nesse âmbito. A organização citava o caso de Liu Xia, a viúva do falecido prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo. Ela se encontra em prisão domiciliar sem ter sido condenada oficialmente.
Apesar de se negar a falar do tema em público, Macron confirmou ter abordado a questão dos direitos humanos durante sua visita. "Abordei essas preocupações com o presidente Xi Jinping. Sabe que existe - na Europa, em particular - respeito às liberdades e aos direitos universais. E sei que, para ele, é um tema importante", afirmou Macron, a seu lado. "Há conversas, não diante dos jornalistas, não de forma aberta, mas cara a cara, que podem ser úteis e dar resultados. Essas são as que eu prefiro", declarou o presidente francês.