Agência France-Presse
postado em 12/01/2018 11:12
Washington, Estados Unidos - O presidente americano Donald Trump afirmou que não pretende mais viajar a Londres para inaugurar a nova embaixada americana na capital da Inglaterra. Ele anunciou sua decisão no Twitter, durante a madrugada, e ela evitará que sua presença no Reino Unido seria alvo de protestos.
O presidente afirmou que estava cancelando a viagem porque estava descontente com a localização da nova embaixada e o preço que ela custou. Trump atribuiu a seu predecessor Barack Obama a decisão de mudar a embaixada, quando, na realidade, a ordem partiu do governo anterior de George W. Bush.
"A razão por eu ter cancelado minha viagem a Londres é que não sou um grande fã do fato da administração Obama ter vendido talvez a melhor e mais bem localizada embaixada em Londres por ;uma mixaria;, só para construir outra em um endereço de 1,2 bilhão de dólares", tuitou Trump.
"Péssima ideia. Queriam que eu cortasse a fita-NÃO", acresentou. Trump também mencionou uma visita de estado à Grã-Bretanha no futuro, mas não informou uma data. Um aliado britânico de Trump, Nigel Farage, ex-líder do partido antieuropeu UKIP, disse que a decisão é decepcionante.
"Ele foi a países de todo mundo e, no entanto, não vem no país que é mais próximo dele", explicou em seu programa de rádio na cadeia LBC. "Talvez não tenha gostado de um aspecto que teria sua visita", acrescentou, aludindo às manifestações que a oposição trabalhista preparava com ele.
As relações entre o Reino Unido e Trump têm se revelado difíceis. A primeira-ministra conservadora Theresa May o convidou para uma visita de Estado quando ele assumiu o poder, estreitando sua cumplicidade no momento em que o país se prepara para romper com a União Europeia.
No entanto, esta visita de Estado - ao contrário da de trabalho que Trump cancelou - não foi oficialmente anulada, mas ainda não tem datas definidas, apesar de ser preparada com a antecedência protocolar necessária.
;Não é bem-vindo;
Trump bateu de frente várias vezes com o prefeito de Londres, Sadiq Khan, sempre depois de atentados na capital inglesa, por seus ataques aos muçulmanos, e recentemente retuitou posts do grupo de ultradireita xenófobo Britain First. May reprovou seu erro e ele contra-atacou dizendo que ela deveria se preocupar com seus assuntos.
O prefeito elogiou a suspensão da viagem, que teria sido mais uma dor de cabeça do ponto de vista de segurança. "Muitos londrinos deicaram claro que Donald Trump não é bem-vindo. Parece que ele finalmente entendeu isso", comentou.
Outras figuras trabalhistas se uniram a Khan. "É uma pessoa que promove o ódio e a propaganda de uma organização de extrema-direita neste país. Não estou certo de que seria apropriado pedir que viesse nessas circunstâncias", declaro o deputado Chuka Umunna.
Os Estados Unidos venderam sua embaixada na praça Grosvenor, no coração do luxuoso bairro de Mayfair, para um fundo de investimentos do Qatar, e mudaram a delegação diplomática para as margens do Tâmisa, em uma zona industrial revitalizada. A obra foi elaborada pelo arquiteto Kieran Timberlake.
O prédio será aberto ao público em 16 de janeiro e esperava-se que Trump fosse inaugurá-lo aproveitando sua visita ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça. A nova delegação custou um bilhão de dólares e a antiga, coroada por uma distinta águia gigante, será transformada em um hotel.