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Chile é o país que pior avalia o papa Francisco na América Latina

O relatório da consultora Latinobarómetro mostrou que em uma escala de zero a 10, os chilenos avaliam o papa Francisco com 5,3, enquanto a média da América Latina alcança 6,8

Agência France-Presse
postado em 12/01/2018 17:03
O relatório da consultora Latinobarómetro mostrou que em uma escala de zero a 10, os chilenos avaliam o papa Francisco com 5,3, enquanto a média da América Latina alcança 6,8
Santiago, Chile - O Chile, onde o papa Francisco chegará na segunda-feira (15/1), é o país da América Latina em que o pontífice e a Igreja Católica têm a pior avaliação em consequência da onda de escândalos de abusos sexuais a menores, segundo um estudo revelado em Santiago nesta sexta-feira (12/1).

O relatório da consultora Latinobarómetro mostrou que em uma escala de zero a 10, os chilenos avaliam o papa Francisco com 5,3, enquanto a média da América Latina alcança 6,8. O Paraguai é o país que melhor o avalia (8,3), seguido por Brasil (8,0) e Equador (7,5). No Peru, onde o papa chegará na quinta-feira (18), a avaliação de Francisco alcançar 6,9, ocupando o sétimo lugar da região.


A avaliação do papa Francisco na América Latina caiu de 7,2 para 6,8 pontos percentuais entre 2013 e 2017. O Chile também é o país onde a confiança na Igreja Católica mais caiu desde 2015 - de 44% para 36% -, enquanto 38% dos perguntados se consideraram "ateus ou agnósticos", convertendo este país em um dos mais seculares da América Latina junto com o Uruguai (41%).

[SAIBAMAIS]O "Chile é o país que mais desconfia da Igreja", disse Marta Lagos, diretora da Latinobarómetro, em coletiva de imprensa. Lagos explicou que os números no Chile são explicados pelos casos de pedofilia que devastaram o país desde que, em 2010, foi revelado o caso do sacerdote Fernando Karadima, condenado pelo Vaticano por abuso sexual de menores.

Após este fato, mais de 20 casos de padres abusadores foram trazidos à tona, provocando a queda do apego dos chilenos com a Igreja Católica. Apesar disto, o Catolicismo ainda é a religião dominante do país, com 45% da população como crentes. Na América Latina a adesão chega a 59%.

A forte queda do Catolicismo e o crescente aumento de agnósticos provocou "um caso de secularização acelerada" no Chile nos últimos anos, segundo Lagos.

Em 2013, quando o argentino Jorge Bergoglio se tornou papa, a confiança dos chilenos subiu de 38% para 44%. "A imagem do papa Francisco faz diferença entre os católicos, mas não influenciou o suficiente para que a Igreja reponte", afirmou Lagos.

No Chile, o papa Francisco visitará as cidades de Santiago, Temuco e Iquique, onde realizará missas em massa e terá encontros com vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). No entanto, está descartada uma reunião com pessoas que sofreram abusos de sacerdotes. No Peru, o papa visitará Lima, Puerto Maldonado e Trujillo, em uma viagem também de três dias.

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