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Venezuela: Policiais e 'terroristas' são mortos em operação contra rebeldes

O presidente Nicolás Maduro revelou que Pérez planejava atacar com explosivos a embaixada de um país que não citou.


"Apuramos que tinham preparado um carro-bomba para explodir diante da embaixada de um país querido que tem sua representação aqui", declarou o presidente. Maduro disse ainda que o "confronto armado" ocorreu após as autoridades concederem aos rebeldes "todas as condições para sua rendição".

"Os grupos de comando tiveram que agir, alguns terrorista caíram e outros foram capturados. Há mais de cinco detidos que estão falando, contando tudo, os planos terroristas que tinham". Segundo o comunicado oficial, os policiais "foram deslealmente atacados pelos violentos quando estavam negociando as condições para sua entrega e proteção".



Pérez, que em 27 de junho atacou edifício do governo de um helicóptero, foi ferido e encurralado por forças especiais em seu esconderijo nos arredores de Caracas. O ex-funcionário publicou vídeos em seu Instagram para publicar em tempo real o tiroteio.

"Estão disparando contra nós com lança-granadas e atiradores de elite. Dissemos que íamos nos entregar e não querem deixar que nos entreguemos, querem nos matar", expressou Pérez em um vídeo em que aparece com o rosto ensanguentado e na companhia de outros homens armados.

Mais cedo, Diosdado Cabello, com forte influência nos organismos de segurança e nas Forças Armadas do país, confirmou a operação.

"O terrorista Óscar Pérez atacou aqueles que o cercam, ferindo dois funcionários da FAES (Força de Ações Especiais da Polícia), os corpos de segurança responderam ao fogo", escreveu. O piloto e ator amador de 36 anos afirmou que foram cercados em uma estrada de El Junquito, a 25 quilômetros a noroeste de Caracas.

Jornalistas da AFP que tentavam chegar ao local, cujo acesso foi bloqueado pelas autoridades, viram passar um tanque do Exército, grupos de comandos especiais e ambulâncias. O piloto tem publicado vários vídeos nos quais diz lutar contra a "narcoditadura" e "tirania" na Venezuela, e é acusado de "ataque terrorista" pelo governo e tem uma ordem de captura na Interpol.

Em dezembro, atribuíram a ele a autoria da "Operação Gênesis", que acabou na invasão a uma base militar em Laguneta de La Montaña, povoado do estado de Miranda (norte), onde foram roubados 26 fuzis Kalashnikov e três pistolas.