Agência France-Presse
postado em 25/01/2018 08:26
Davos, Suíça - O presidente americano Donald Trump chega nesta quinta-feira (25/1) a Davos, onde a elite econômica mundial se questiona se ele defenderá a política protecionista que afirma "Estados Unidos primeiro" ou se tentará agradar os participantes do Fórum na Suíça.
Os quase 3.000 participantes do encontro, incluindo 70 chefes de Estado ou de Governo e 38 presidentes de grandes organizações internacionais, devem esperar até sexta-feira para ouvir o discurso do bilionário americano, mas alguns de seus principais secretários já estão em Davos.
"(Esta viagem) se baseia no programa ;Estados Unidos primeiro; (;America First;), mas este implica trabalhar com o resto do mundo", afirmou na quarta-feira o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin. "O presidente Trump defende os interesses americanos do mesmo modo que os outros dirigentes defendem os seus", completou.
A visita de última hora do presidente e de seus colaboradores virou um quebra-cabeças para a equipe da Casa Branca, que se viu obrigada a procurar os escassos alojamentos que seguiam disponíveis na região do evento, enquanto a administração americana enfrentava uma paralisa orçamentária.
"Vou viajar em breve a Davos, na Suíça, para contar ao mundo como a América é maravilhosa e como está indo bem. Nossa economia está decolando e, com tudo o que estou fazendo vai ficar ainda melhor... Nosso país está finalmente VENCENDO novamente", tuitou Trump antes de seguir para a base aérea de Andrews, perto de Washington.
O americano se reunirá em Davos com a primeira-ministra britânica Theresa May, no momento em que a "relação especial" entre Washington e Londres passa por uma crise. Também se reunirá com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente de Ruanda, Paul Kagame.
A presença de Trump, o primeiro presidente americano que comparece ao Fórum Econômico Mundial desde Bill Clinton, provoca sentimentos diferentes. Sua recente reforma fiscal, que reduziu consideravelmente os impostos das empresas, os bons resultados de Wall Street e o sólido crescimento dos Estados Unidos podem agradar os grandes bancos e executivos de empresas.
Mas o discurso protecionista e suas declarações polêmicas sobre questões geopolíticos sensíveis contrastam com o tom consensual apreciado em Davos, onde as mesas redondas sobre os benefícios do livre comércio alternam com as iniciativas de caridade.