Agência France-Presse
postado em 28/01/2018 11:23
Cabul, Afeganistão - Cabul prosseguia em alerta máximo neste domingo (28/1), um dia depois do atentado que deixou mais de 100 mortos e 200 feridos, ao mesmo tempo que aumenta a irritação da população após o segundo ataque em uma semana.
A presidência decretou um dia de luto nacional neste domingo. A segunda-feira será um dia de recesso para que a capital consiga "tratar os feridos".
O governo também reforçou a presença de policiais em todos os postos de controle da cidade.
A zona do atentado e um amplo perímetro ao seu redor permaneciam isolados.
O balanço mais recente divulgado neste domingo pelo ministro do Interior, Wais Barmak, registra 103 mortos e 235 feridos. Os números de sábado citavam 95 mortos e 191 feridos.
"Infelizmente, vários feridos faleceram depois que foram levados ao hospital e o número de mártires alcança 103 mortos e 235 feridos", afirmou Barmak.
A explosão de uma ambulância-bomba no sábado em Cabul, reivindicada pelos talibãs, levou pânico e terror a um bairro muito movimentado e que, supostamente, era um dos mais seguros da capital afegã.
A área de Cabul atacada é sede de várias instituições, incluindo o ministério do Interior, uma delegação da União Europeia, o centro de ensino médio para meninas Malalai, o escritório do Alto Conselho para a Paz e as embaixadas da Índia e Suécia.
Um alerta de segurança divulgado neste domingo afirma que o grupo Estado Islâmico - que reivindicou a autoria do atentado contra a sede da ONG Save the Children na quarta-feira - planejava atacar supermercados e lojas de Cabul frequentadas por estrangeiros.
O presidente americano, Donald Trump, pediu uma "ação decisiva" contra os talibãs.
O atentado de sábado foi um dos mais violentos na capital afegã nos últimos anos e o terceiro em oito dias, depois do ataque contra o hotel Intercontinental de 20 de janeiro e a ação contra a sede da Save the Children em Jalalabad (leste), na quarta-feira.
O país está em alerta máximo há vários dias, de acordo com uma fonte das forças de segurança ocidentais.
Os estrangeiros são alvos habituais das ameaças, assim como os locais que frequentam. Além disso, muitas embaixadas e o escritório da ONU estão em "lock down", confinamento sem saídas.
"O governo deveria decretar estado de emergência", escreveu no Twitter Mirwais Parsa, militante dos direitos humanos, que pediu às autoridades uma "aproximação da comunidade internacional para responder aos ataques horríveis dos inimigos do Afeganistão".
Muitos internautas afegãos, que utilizam as redes sociais para expressar a tristeza e angústia com a situação no país, apontam diretamente para o vizinho Paquistão, acusado de financiar e dar abrigo aos talibãs e à rede Haqqani, ligada aos talibãs e considerada por fontes governamentais como a responsável pelo atentado de sábado.