Agência France-Presse
postado em 01/02/2018 23:54
Havana, Cuba - Fidel Castro Díaz-Balart, o "Fidelito", filho mais velho do falecido presidente cubano Fidel Castro, se matou na quinta-feira aos 68 anos, depois de sofrer um estado depressivo, um fato que comoveu o país, onde era muito conhecido, apesar de nunca ter ocupado cargos políticos. O funeral será organizado pela família, ou seja, sem um tratamento oficial, em uma data que ainda será definida.
"O doutor em Ciências Fidel Castro Díaz-Balart, que vinha sendo atendido por um grupo de médicos há vários meses por um estado depressivo profundo, atentou contra sua vida na manhã de hoje, primeiro de fevereiro", comunicou o jornal oficial Granma. Muitos lembram dele ainda menino, vestido com o uniforme verde oliva, quando entrou em Havana ao lado de seu pai em 8 de janeiro de 1959 como parte da Caravana da Vitória, que levou Fidel do leste ao oeste da ilha.
O filho mais velho de Fidel sempre foi um fiel adepto da revolução de seu pai. A notícia do suicídio, também divulgada no telejornal nacional durante a noite, pegou de surpresa os cubanos e acontece apenas 15 meses após a morte de seu pai, que faleceu em 25 de novembro de 2016 aos 90 anos.
[SAIBAMAIS]De acordo com a imprensa oficial cubana, como parte de seu tratamento por depressão, "Fidelito" - como era conhecido no país - "pediu inicialmente um regime de hospitalização e depois se manteve em acompanhamento ambulatorial durante sua reintegração social". "No momento de seu falecimento ele era Assessor Científico do Conselho de Estado e vice-presidente da Academia de Ciências de Cuba", segundo a imprensa.
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Muito parecido com o pai, inclusive na altura e barba, "Fidelito" foi filho do casamento do líder da revolução cubana com Mirtha Díaz-Balart, sua primeira mulher, da qual se separou após o triunfo de 1959. Mirtha Díaz-Balart mora na Espanha.
Nascido em 1 de setembro de 1949, formado em Física na ex-União Soviética, "Fidelito" ocupou o cargo de Secretário Executivo da Comissão de Assuntos Nucleares de 1983 até 1992. Em seu primeiro casamento, com Olga Smirnov, teve dois filhos: Fidel Antonio, de 37 anos, doutor em Ciências e Tecnologia nuclear, e Mirta María, de 34, doutora em Matemática.
No enterro do pai foi visto ao lado dos cinco meio-irmãos - Antonio, Angel, Alex, Alexis e Alejandro - que Fidel Castro teve em seu casamento com Dalia Soto del Valle, a viúva oficial. Outra filha de Fidel Castro, Alina Fernández, mora nos Estados Unidos, de onde criticava as políticas e o governo de seu pai. Alina é filha de uma relação extraconjugal de Fidel com Natalia Revuelta.
Por parte de mãe, "Fidelito" era primo dos políticos republicanos americanos Lincoln e Mario Díaz-Balart, de longa trajetória política anticastrista. Em suas últimas aparições públicas, "Fidelito" discursou sobre a nanociência, tema que estudava pelo interesse demonstrado na questão pelo governo de seu tio Raúl Castro.