Agência France-Presse
postado em 05/02/2018 17:32
Nações Unidas, Estados Unidos - Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira (5/2) a Rússia de atrasar a adoção de uma condenação da ONU contra os supostos ataques com armas químicas que deixaram vários feridos, incluindo crianças, nos últimos dias na Síria.
A embaixadora americana ante as Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou ao Conselho de Segurança que havia "evidências claras de dezenas de vítimas" que comprovam o uso de cloro nos ataques em Guta Oriental, uma região rebelde a leste de Damasco. "Temos informações de que o regime de Bashar al-Assad usou gás de cloro contra seu próprio povo em várias ocasiões nas últimas semanas, inclusive ontem", informou Haley.
[SAIBAMAIS]Os Estados Unidos apresentaram um rascunho de declaração para condenar o uso de armas químicas na Síria, mas a Rússia pediu para adiar a resolução para fazer comentários, segundo diplomatas. "A Rússia atrasou a adoção desta declaração - uma simples condenação pelas crianças sírias sufocadas pelo gás de cloro", acrescentou.
De acordo com o projeto de declaração, o Conselho de Segurança pretende condenar "nos termos mais fortes" um suposto ataque com cloro realizado no dia 1 de fevereiro na cidade de Duma, em Guta Oriental, que deixou mais de 20 civis feridos, incluindo crianças.
A declaração evoca preocupação depois de três ataques com cloro em Guta Oriental nas últimas semanas. Os responsáveis %u200B%u200Bpelo uso de armas químicas, incluindo cloro ou qualquer outra substância química, devem responder por seus atos, de acordo com o texto.
A guerra na Síria matou mais de 340 mil pessoas e deslocou milhões desde março de 2011. Guta Oriental é uma das quatro "zonas de distensão" definidas no ano passado pela Turquia, Irã e Rússia. Mas a violência se intensificou nas últimas semanas nesta região, com pelo menos 11 civis mortos em incursões no distrito apenas na sexta-feira.
Suspeita-se que durante este mês, o cloro tenha sido usado duas vezes pelo regime em Guta Oriental, causando problemas respiratórios entre civis. A ONU levantou sua voz para o uso de armas químicas neste conflito, particularmente em 2014 e 2015. Algo que o governo nega com veemência.