Washington, Estados Unidos - O presidente americano, Donald Trump, abriu caminho neste sábado (10/2) para a divulgação de um memorando redigido por legisladores democratas sobre a investigação da ingerência russa na campanha eleitoral de 2016, após negar um dia antes a sua publicação por questões de segurança.
Em meio ao debate provocado por sua decisão inicial, o presidente pediu aos democratas que editem e apresentem novamente o texto.
O documento em questão é uma nota em que os democratas rejeitam as acusações de abuso de poder da Polícia Federal americana (FBI) e do Departamento de Justiça na investigação do caso russo.
O memorando democrata busca responder ao documento republicano que o presidente tornou público dias atrás.
Contudo, segundo o advogado da Casa Branca Don McGahn, o memorando "contém um grande número de passagens devidamente confidenciais e sensíveis".
"Pedi que o editem e enviem de novo na devida forma", escreveu Trump no Twitter, dando a entender que não exclui a possibilidade de publicar o memorando, como o fez com o texto de seus colegas de partido.
O chefe do FBI, Christopher Wray, e o procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, disseram em uma carta separada que publicar este material gera preocupação sobre "a proteção de fontes de inteligência e métodos, investigações em curso e outra informação similar sensível".
Ambos também tinham expressado preocupação com a publicação do memorando republicano.
O memorando republicano apresentado previamente alega que existe um viés anti-Trump na investigação sobre a ingerência russa na eleição de 2016 que levou o magnata ao poder.
No entanto, a comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, controlada pelos republicanos, havia votado de maneira "unânime" na revelação do documento democrata.
O departamento de Justiça (DoJ) e o FBI já haviam se inquietado pela publicação do documento republicano, mas o presidente Trump decidiu autorizar sua difusão apesar disso.
Em sua mensagem, Don McGahn afirma que Trump solicitou ao DoJ que se colocasse à disposição da Comissão de Inteligência da Câmara Baixa, para examinar a nota democrata e tentar, se desejam, "atenuar os riscos" de uma eventual publicação.