Agência France-Presse
postado em 15/02/2018 08:15
Caracas, Venezuela - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou nessa quarta-feira (14/2) que as eleições presidenciais serão realizadas a qualquer custo no próximo 22 de abril, em referência aos pedidos de alguns governos para que se mude a data.
"Os preparativos já estão em andamento, eu digo a quem quiser escutar no mundo: na Venezuela em 22 de abril de 2018, se chover, trovejar ou relampejar haverá eleições presidenciais", afirmou o presidente em um ato solene no Tribunal Superior de Justiça (TSJ).
Sem mencionar os países do chamado Grupo de Lima, que na terça-feira (13/2) pediram ao governo venezuelano para reconsiderar o cronograma eleitoral, Maduro disse que se trata de "uma data consensual" e que esse dia "o povo elegerá seu presidente de forma soberana, livre, direta e secreta".
[SAIBAMAIS]"A direita mundial e a oposição venezuelana estiveram durante mais de um ano pedindo eleições adiantadas para a presidência da República e nós levamos muito a sério as petições daqui e de lá", acrescentou.
Assim como o Grupo de Lima, os Estados Unidos rejeitaram a antecipação das eleições presidenciais na Venezuela - tradicionalmente em dezembro -, por considerarem que o governo não dá garantias para eleições "livres" e "justas" com a participação dos opositores.
O poder eleitoral, que a oposição acusa de servir ao governo assim como o TSJ, fixou a data no último dia 7, após o fracasso de uma negociação entre o governo e a oposição em Santo Domingo, que buscava acordar as condições do processo.
A oposição, agrupada na Mesa da Unidade Democrática (MUD), seriamente dividida e debilitada, ainda não decidiu se participará nas eleições.
Na terça-feira (13/2), no âmbito da reunião de chanceleres do Grupo de Lima, o governo do Peru retirou o convite a Maduro para a Cúpula das Américas, que será realizada nos dias 13 e 14 de abril.