Agência France-Presse
postado em 17/02/2018 11:19
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (16/2) que seu governo vai denunciar nas Nações Unidas o que considerou uma "campanha xenófoba" e de "agressões" contra os venezuelanos dispersos em vários países.
"Ordenei tomar medidas e denunciar ao nível do sistema das Nações Unidas a campanha xenófoba. Dei instruções precisas à chancelaria para que denuncie e enfrente as campanhas xenófobas contra venezuelanos na Colômbia, no Panamá e em outros países mais", afirmou, durante ato transmitido na TV do governo.
Maduro admitiu que "há uma migração" forçada pelo que denominou de uma "guerra econômica", mas disse acreditar que será "momentaneamente", pois "quando recuperarmos a tranquilidade e a prosperidade, muitos voltarão porque a Venezuela é a Venezuela", declarou.
O presidente venezuelano costuma atribuir a crise no país petroleiro, refletida em uma severa escassez de produtos e uma inflação que atingiria os 13.000% em 2018, a uma "guerra econômica", promovida por "setores da direita" e dos Estados Unidos.
"Há campanhas xenófobas parecidas às que fazia o regime nazista contra os judeus", assegurou, ao afirmar que tudo isso é "produto da campanha enlouquecida de guerra psicológica" de um setor da oposição e "da direita no mundo".
"Falar mal da Venezuela no mundo o consideram uma moda", acrescentou.
Diante da onda migratória, o presidente instruiu seus funcionários a "dar atenção integral, através do carnê da pátria (cartão eletrônico para obter subsídios) aos venezuelanos que vivem no exterior, são nossos irmãos, vamos dar-lhes todos os direitos sociais".
Especialistas estimam que entre 400.000 e 500.000 venezuelanos tenham deixado o país nos últimos dois anos. De 2,2 milhões de emigrantes, 96% saíram a partir de 1999, quando o ex-presidente Hugo Chávez, falecido em 2013, chegou ao poder.