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Trump afirma que 'guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar'

Para responder críticas a seu plano de adotar tarifas de importação, o presidente dos EUA deu a entender que uma guerra comercial seria bem-vinda

Agência France-Presse
postado em 02/03/2018 09:45
Presidente Donald Trump
Washington, Estados Unidos - O presidente americano, Donald Trump, usou um tom desafiador nesta sexta-feira (2/3) para responder as críticas a seu plano de adotar tarifas de importação sobre o aço e o alumínio, dando a entender que uma guerra comercial seria bem-vinda.

"Quando um país (EUA) está perdendo bilhões de dólares no comércio com virtualmente todos os países com os quais faz negócios, guerras comerciais são boas, e fáceis de ganhar", escreveu Trump no Twitter.

"Por exemplo, quando estamos perdendo de US$ 100 bilhões com um certo país e eles ficam fofos, não negocie mais - nós ganhamos muito. É fácil", escreveu o presidente.

Em uma reunião na quinta-feira na Casa Branca com representantes da indústria siderúrgica americana, Trump anunciou a decisão de impor a partir da próxima semana tarifas de importação de 25% para o aço e de 10% para o alumínio.

Os Estados Unidos importam 20 milhões de toneladas de aço por ano, a 24 bilhões de dólares, o que faz do país o maior importador do mundo.

O anúncio provocou reações irritadas dos principais sócios comerciais dos Estados Unidos, como Canadá, União Europeia, Austrália e México.

O México representa 9% das importações americanas de aço, enquanto o Brasil representa 13%.

Nesta sexta-feira, a China pediu ao governo dos Estados Unidos para "conter" o uso de medidas protecionistas e a "respeitar as regras" do comércio internacional.

O governo chinês pede aos Estados Unidos para "conter o recurso de medidas protecionistas e a respeitar as regras do comércio multilateral", afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.

"Se outros países seguirem seus passos, isto teria um impacto grave na ordem do comércio mundial", completou.

[SAIBAMAIS]O governo da Alemanha afirmou que "rejeita" as tarifas americanas e alertou contra os riscos de uma "guerra comercial".

"O governo rejeita as tarifas, que não permitirão solucionar o problema da capacidade excessiva mundial na siderurgia e que afetarão fortemente os fluxos comerciais de aço e alumínio", afirmou o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, exigiu uma reação "firme" da União Europeia (UE).

"A UE deve reagir de maneira firme às taxas de importação punitivas dos Estados Unidos, que ameaçam milhares de empregos na Europa" afirmou Sigmar Gabriel em um comunicado.

A Rússia também expressou "preocupação" com a decisão de Donald Trump.

"Muitas capitais europeias já expressaram sua extrema preocupação com esta decisão. Compartilhamos esta inquietação e vamos examinar atentamente a situação no que diz respeito a nossas relações comerciais com Washington", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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