Agência France-Presse
postado em 11/03/2018 12:34
Berlim, Alemanha - Os grupos alemães de energia RWE e E.ON anunciaram neste domingo (11/3) uma grande operação de intercâmbio de atividades e de capital no valor de mais de 25 bilhões de dólares.A decisão representa uma grande mudança para o setor energético, no momento em que o país abandona a energia nuclear, e uma reestruturação da produção, distribuição e comercialização de eletricidade e gás na Alemanha e em outros locais da Europa.
O acordo de princípio, anunciado pela RWE, levará a uma nova divisão de papéis entre as duas empresas, antigas concorrentes. Ainda é necessário que os acionistas das sociedades envolvidas e as autoridades de concorrência aprovem a mudança.
Desta forma, a RWE se concentrará na produção de energia, convencional e renovável, e a E.ON, na distribuição da energia e em sua comercialização.
A RWE passará a fazer parte de 17% do capital da E.ON, através de uma ampliação do mesmo.
"Durante décadas, E.ON e RWE foram grandes rivais, e agora chegaram a um acordo, em uma transação espetacular, que irá reconfigurar o mercado europeu de energia", publicou o jornal econômico "Handelsblatt" em seu site.
A operação prevê a venda à E.ON e posterior desmantelamento da Innogy, filial da RWE criada há dois anos para reagrupar suas atividades de produção de energia renovável e as redes de distribuição e comercialização de eletricidade.
Seu diretor geral, Peter Terium, foi demitido em dezembro, ante os resultados decepcionantes da Innogy.
A transação avalia a Innogy em 22 bilhões de euros, e a E.ON fará uma oferta de compra aos acionistas minoritários. Depois, a atividade de produção de energias renováveis da filial passará à RWE, enquanto a E.ON manterá seus outros dois pilares.
A RWE comprará também da E.ON por 1,5 bilhão de euros suas partes minoritárias em duas de suas centrais nucleares alemãs, em Emsland e Gundremmingen.
Na Alemanha, resta apenas um punhado de centrais atômicas, que produzem 15% da eletricidade do país. Mais de 30% da energia procedem das renováveis, e esta proporção deve alcançar teoricamente 80% em 2050.