Agência Estado
postado em 21/03/2018 16:44
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, apresentou sua renúncia nesta quarta-feira (21/3), às vésperas da votação do seu processo de impeachment no Congresso.
De acordo com a imprensa local, Kuczynski tomou a decisão após a bancada da Fuerza Popular divulgar áudios nos quais o ministro de Transporte e Comunicações, Bruno Giuffra, e congressistas do partido de Kenji Fujimori negociam votos para barrar o impeachment do presidente.
Segundo o jornal El Comercio, o Gabinete Ministerial inteiro de Kuczynski pediu que ele deixasse o cargo. Eles também o advertiram de que, se ele não renunciasse, todos os membros do Conselho de Ministros apresentariam sua renúncia.
A renúncia de Kuczynski acontece no mesmo dia em que a agência de classificação Fitch manteve o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Peru em BBB%2b e citou que o prolongamento da incerteza política relacionada ao processo de impeachment poderá provocar redução nos investimentos e nas projeções de crescimento.
Com a saída de Kuczynski, o vice-presidente Martín Vizcarra deve assumir o cargo. Ele havia dito anteriormente que não aceitaria a presidência se Kuczynski sofresse impeachment.
Vídeos
A pressão pela saída de Kuczynski, aumentou após vários de seus aliados terem sido gravados em vídeos supostamente tentando comprar votos no Congresso para evitar sua destituição. Até mesmo legisladores governistas, como Salvador Heresi, pediram que ele "renuncie pensando primeiro no Peru", ameaçando votar a favor da destituição, casso Kuczynski não se afaste. "O que vimos nos vídeos divulgados ontem é vergonhoso", afirmou Heresi em sua conta no Twitter. Em um dos vídeos vazados, é possível ver o funcionário do governo Freddy Aragón explicando ao legislador oposicionista Moisés Mamani, da Força Popular, que ele pode ganhar muito dinheiro em projetos de infraestrutura, caso fique ao lado dos governistas.