Agência France-Presse
postado em 02/04/2018 09:55
Ciudad Juárez, México - Os candidatos à presidência mexicana iniciaram nesse domingo (1;/4) sua campanha eleitoral respondendo às declarações de Donald Trump, que acusou o México de fazer "muito pouco" para impedir a entrada de imigrantes nos Estados Unidos.
O candidato da esquerda Andrés Manuel Lopez Obrador, atual favorito segundo as pesquisas, declarou em Ciudad Juarez, na fronteira com o estado do Texas (EUA), que exigirá respeito pelos mexicanos.
"Nem o México nem seu povo vão ser o salva-vidas de qualquer governo estrangeiro", disse o candidato de 64 anos em seu primeiro comício oficial de campanha para a eleição presidencial de 1; de julho.
"Não é com muros, nem com o uso da força que resolvemos problemas sociais ou questões de segurança", insistiu.
O ex-prefeito da Cidade do México acrescentou que não descarta a possibilidade de fazer Donald Trump mudar de opinião "sobre sua política externa errônea e, em particular, sua atitude desdenhosa em relação aos mexicanos".
Por sua vez, Ricardo Anaya, que lidera uma coalizão de partidos de direita e de esquerda, exigiu firmeza e dignidade após as novas declarações do presidente americano.
"Precisamos de um novo relacionamento com responsabilidade compartilhada e respeito mútuo", disse Anaya em San Juan de los Lagos, no estado de Jalisco, onde lançou sua campanha.
O candidato de 39 anos, atualmente em segundo lugar nas pesquisas, indicou que o fenômeno migratório preocupa tanto o México quanto os Estados Unidos.
Ele também apontou a responsabilidade americana pelo tráfico de armas. "80% das armas com as quais pessoas são assassinadas em nosso país vêm dos Estados Unidos", disse ele.
Mais cedo, neste domingo, Donald Trump atacou no Twitter seu vizinho.
"O México está fazendo muito poco, ou nada, para impedir que as pessoas cheguem ao México por sua Fronteira Sul, e depois aos Estados Unidos. Riem de nossas leis idiotas de imigração", afirmou o presidente americano.
As autoridades mexicanas "devem deter a droga e o fluxo de pessoas, ou eu vou deter seus ganhos, o Nafta. Muro necessário"