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Rússia nega uso de armas químicas em ofensiva na Síria

Segundo a ONG Capacetes Brancos, pelo menos 40 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, morreram por asfixia em um ataque químico na Síria

ontem (7/4) por asfixia em um ataque químico contra Duma.

Estados Unidos x Rússia


Os Estados Unidos pediram hoje à Rússia para que ponha fim "imediatamente" ao seu apoio "incondicional" ao governo de Bashar al Assad depois do suposto ataque químico. A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou, em comunicado, que a Rússia "descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas e traiu a Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade para deter o uso de armas químicas na Síria questiona o seu compromisso de resolver a crise global e as maiores prioridades de não proliferação", afirmou a porta-voz. "A Rússia, com o seu inquebrantável apoio ao regime, em última instância é responsável por estes brutais ataques, voltados contra civis e a asfixia das comunidades mais vulneráveis da Síria com armas químicas", acrescentou.

O governo americano acompanha de perto as informações sobre o suposto ataque a um hospital em Duma, onde, sem detalhar o número de mortos, reconheceu que pode haver "um número potencialmente alto de vítimas". "Se estes relatórios horríveis forem confirmados, exigem uma resposta imediata da comunidade internacional", asseverou a porta-voz.

Nauert insistiu que o histórico de Assad com o uso de armas químicas contra o seu próprio povo "não está em discussão" e lembrou que há um ano as forças do governo sírio fizeram um ataque de gás sarin que matou aproximadamente cem sírios.

Novos bombardeios


Os bombardeios na cidade de Duma foram retomados neste domingo, depois de uma breve pausa, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Os ataques aéreos foram interrompidos durante um intervalo de quase duas horas, segundo a ONG, coincidindo com o reinício das negociações entre Rússia, que apoia o presidente sírio, Bashar al Assad, e o grupo islamita Exército do Islã, que controla Duma.

De madrugada também aconteceram bombardeios e ataques com mísseis e dezenas de projéteis de artilharia contra esta cidade, a mais povoada da periferia da capital do país.