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Trump e Emmanuel Macron mantêm o suspense sobre os ataques à Síria

Os ocidentais ameaçaram o regime de Damasco com bombardeios iminentes após um suposto ataque químico no enclave rebelde de Duma

Washington, Estados Unidos - Donald Trump lançará um ataque "muito em breve ou não tão cedo", Emmanuel Macron decidirá "no devido tempo": os ocidentais estavam dubitativos nesta quinta-feira (12/4) em sua resposta ao suposto ataque químico em Guta Oriental.

Com as tensões aumentadas após as ameaças do presidente americano de uma ação militar, a primeira-ministra britânica Theresa May convocou uma reunião de emergência do seu governo para "discutir uma resposta aos eventos na Síria".

Depois de advertir a Rússia e afirmar que "os mísseis chegarão" à Síria, Donald Trump pareceu amenizar a situação esta manhã.

"Nunca disse quando aconteceria um ataque na na Síria. Pode acontecer muito em breve ou não tão cedo".

"Em qualquer caso, Estados Unidos, sob minha administração, têm feito um grande trabalho para livrar a região do Estado Islâmico. Onde está o nosso ;Obrigado Estados Unidos;?", completou o republicano.

Na França, o presidente Emmanuel Macron também relativizou a urgência de uma reação, após mencionar na terça-feira um anúncio "nos próximos dias".

"Teremos decisões a serem tomadas no devido tempo, quando julgarmos o mais útil e o mais eficaz", disse no canal TF1.

Sobre os méritos, no entanto, permaneceu firme em suas acusações, dizendo ter "provas" de que "armas químicas foram utilizadas, pelo menos cloro, e que foram usadas pelo regime de Bashar al-Assad".

A chanceler alemã, Angela Merkel, também considerou "evidente" que o regime sírio ainda dispõe de um arsenal químico, enfatizando que Berlim "não participaria de ações militares" contra Damasco.
[SAIBAMAIS]
A Organização Internacional para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) anunciou que se reunirá na segunda-feira para discutir o suposto ataque químico em Duma.

Os ocidentais, liderados por Washington, ameaçaram o regime de Damasco com bombardeios iminentes após um suposto ataque químico no início de abril no enclave rebelde de Duma.

A Rússia pediu nesta quinta às potências ocidentais que reflitam seriamente sobre as consequências de suas ameaças de atacar a Síria.

"Pedimos a todos os membros da comunidade internacional que reflitam seriamente sobre as consequências possíveis de tais acusações, ameaças e ações planejadas contra o governo sírio", declarou a porta-voz ministério russo das Relações Exteriores, María Zajárova.

Mais cedo, o Kremlin afirmou que o canal de comunicação entre militares russos e americanos sobre as operações na Síria, destinadas a evitar incidentes, continua ativo.

A Rússia denuncia um "pretexto" utilizado para lançar uma operação contra seu aliado, e seu embaixador no Líbano advertiu que abateria qualquer míssil lançado contra a Síria.

"Qualquer ação só vai desestabilizar ainda mais a região", alertou por sua vez o presidente sírio, Bashar al-Assad.

A perspectiva da ação militar americana, apoiada pela França e provavelmente pelo Reino Unido, faz parte de um contexto extremamente difícil entre o Ocidente e a Rússia.

Depois de um voto triplo na terça-feira na ONU, sem qualquer resultado, seu secretário-geral, Antonio Guterres, pediu quarta-feira aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança "para evitar uma situação fora de controle" na Síria, reiterando a sua "grande preocupação com o impasse atual".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou preocupação nesta quinta pela "disputa de queda de braço" entre algumas potências estrangeiras, enquanto que os elementos de uma resposta coordenada entre os ocidentais se encaixava.

De acordo com os Capacetes Brancos e a ONG Syrian American Medical Society, mais de 40 pessoas morreram em Duma, último reduto rebelde de Ghuta Oriental, enquanto mais de 500 feridos foram tratados por "dificuldades respiratórias".

O Exército russo, que atua na Síria ao lado das forças do governo desde setembro de 2015, anunciou nesta quinta que a bandeira nacional havia sido hasteada em Duma, marcando a retomada pelo regime do controle total de Ghuta Oriental.