Agência France-Presse
postado em 12/04/2018 19:36
Embora alguns dos migrantes centro-americanos esbocem um ligeiro sorriso para a câmera, têm tido poucas razões para sorrir em seu caminho pelo México rumo aos Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]A caravana "Via-crúcis Migratória", da qual fazem parte, que começou no fim de março no estado mexicano de Chiapas (sul), atraiu a atenção internacional quando um furioso Donald Trump exigiu que o México a impedisse e ordenou militarizar a fronteira entre os dois países.
Durante sua estadia em Matías Romero, no estado de Oaxaca (sul), alguns migrantes de origem hondurenha, guatemalteca e salvadorenha pediam uma oportunidade às autoridades americanas diante da pobreza, violência, gangues e repressão política enfrentadas por seus países.
"Eu quero ir para cima, se Deus quiser. Em meu país não há trabalho e, por causa da violência, não se consegue viver", disse à Redação Oscar Dalis, um migrante salvadorenho de 38 anos.
Muitos dos cerca de 700 migrantes que a Redação visitou no abrigo "Casa do Peregrino" na Cidade do México pediram que não fossem fotografados por medo de represálias.
As famílias com crianças, mulheres e homens que viajavam na caravana tentam chegar aos Estados Unidos e pedir refúgio, ou ficar definitivamente no México.
Até o momento, receberam dois tipos de permissão por parte do governo mexicano.
Uma, por 20 dias, foi concedida a quem quer sair do país; outra, de 30 dias, para os que buscam iniciar a solicitação de refúgio no México, especialmente quem viaja com crianças.
Além disso, durante sua passagem pelo país, foram ajudados por habitantes que lhes deram roupa e alimentos.
No local onde estão abrigados tem um espaço para dormir, alimentos e há uma área especial de atenção às crianças.
Esta Via-crúcis, que tinha como intenção inicial chegar aos Estados Unidos, é realizada desde 2010 para visibilizar a dramática passagem dos centro-americanos pelo México em seu afã de chegar à fronteira norte.