Agência France-Presse
postado em 17/04/2018 21:07
Uma catastrófica falha no motor de um avião da companhia Southwest Airlines em um voo de Nova York para Dallas resultou na morte de uma pessoa e obrigou a realizar um pouso de emergência na Filadélfia na terça-feira (17), em uma experiência aterrorizante para os passageiros.
O voo 1380 da Southwest Airlines, um Boeing 737 que viajava com 144 passageiros e cinco tripulantes, teve uma falha no motor esquerdo pouco depois de decolar no aeroporto LaGuardia, em Nova York. Os passageiros ouviram uma explosão, uma janela se quebrou e peças de metal voaram pelos ares. As máscaras de oxigênio caíram.
"Houve um morto", disse em coletiva de imprensa Robert Sumwalt, diretor da Junta Nacional de Segurança de Transporte, sem revelar a identidade da vítima. Segundo a imprensa americana, sete pessoas sofreram ferimentos leves.
De acordo com a Administração Federal de Aviação, o voo 1380 aterrizou no aeroporto internacional da Filadélfia às 11h20 local (15h20 GMT, 10h20 horário de Brasília) depois que a tripulação informou sobre a falha no motor, problemas na fuselagem e em pelo menos uma janela.
A televisão CBS transmitiu o diálogo entre uma mulher que parece ser a pilota do avião e operador da torre de controle do aeroporto da Filadélfia.
"Os médicos também podem nos esperar na pista? Temos passageiros feridos", disse a mulher. "O avião está pegando fogo?", pergunta o operador. "Não, não está pegando fogo, mas lhe falta uma parte", responde a piloto com uma voz calma, contendo a emoção. "Disseram que há um buraco e que alguém se foi", acrescentou.
Em comunicado, a Southwest confirmou a morte de uma pessoa e disse estar "devastada" por "este trágico acidente".
Marty Martínez, um passageiro a bordo, disse que o motor explodiu e fez estourar uma janela na fileira 17.
"Alguma coisa está ruim em nosso voo! Parece que estamos caindo", escreveu Martínez em uma mensagem de vídeo ao vivo no Facebook no qual aparece com olhar de pânico e respirando com a ajuda de uma máscara de oxigênio.
"O motor explodiu no ar e fez estourar uma janela a três fileiras de mim. A explosão feriu de maneira crítica uma mulher sentada junto à janela", acrescentou.
Este é o primeiro acidente fatal em um avião de passageiros americano desde fevereiro de 2009, quando a aeronave do voo 3407 da companhia regional Colgan Air caiu durante uma tempestade de inverno no estado de Nova York, com o saldo de 49 mortos a bordo e um morto em terra.
"Absolutamente aterrador"
A televisão dos Estados Unidos mostrou o jato na pista da Filadélfia rodeado por funcionários examinando o motor danificado, fabricado pela CFM, uma joint venture entre a empresa francesa Safran e a americana General Electric.
Consultado pela AFP, a CFM não quis comentar o incidente.
"Há sangue por todas as partes", disse Martínez ao canal CBS News ao relatar sua aterradora experiência. Ele contou que não houve advertências de que o avião estava com problemas.
O avião ativou o wifi para os passageiros cerca de 30 minutos após a decolagem. "Depois, subitamente, ouvimos uma explosão", disse o passageiro. "Houve um ;boom; e em cinco segundos caíram as máscaras de oxigênio".
"Pensei que eu estava relatando os últimos momentos da minha existência", disse em referência ao vídeo ao vivo que publicou no Facebook. "Foi absolutamente aterrador".
Os passageiros tentaram em vão fechar o buraco da janela enquanto o avião começava a cair e oscilava em turbulências. Os comissários choravam e os passageiros receberam instruções para inclinar-se sobre seus joelhos em preparação para um pouso de emergência.
"Foi como uma queda livre", disse Martínez. "Uma experiência de calafrios". A mulher que sentava ao lado da janela que estourou foi atingida pelas peças, desmaiou e sangrava, contou.
Especialistas em aviação fizeram comparações na televisão com outra falha de motor no voo 737 da Southwest Airlines de Nova Orleans a Orlando em 2016, que terminou com uma aterrizagem de emergência em Pensacola, Flórida.
"Queremos estudar este evento em particular e ver quais fatores estão relacionados com isso. Talvez estejam ligados ao evento anterior, ou não. Mas precisamos entender o que está acontecendo aqui", disse o chefe da Junta Nacional de Segurança do Transporte.