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Bispo chileno envolvido em escândalo de pedofilia deve renunciar

Ao final de uma Assembleia Extraordinária de Presbíteros de Santiago, jornalistas perguntaram a Ezzati se considerava necessária a renúncia de Barros - atual bispo da cidade de Osorno -, ao que ele respondeu: "sem dúvida nenhuma"

Agência France-Presse
postado em 20/04/2018 00:44
O arcebispo de Santiago do Chile, Ricardo Ezzati, afirmou nesta quinta-feira (19) não ter dúvidas de que o bispo chileno Juan Barros deve renunciar ao cargo, após uma investigação aberta contra ele por denúncias de acobertamento de casos de pedofilia.

Ao final de uma Assembleia Extraordinária de Presbíteros de Santiago, jornalistas perguntaram a Ezzati se considerava necessária a renúncia de Barros - atual bispo da cidade de Osorno -, ao que ele respondeu: "sem dúvida nenhuma, pelo bem do povo de deus (deve renunciar)".

O arcebispo também lamentou que alguém ou algumas pessoas tenham informado mal o papa Francisco sobre os alcances do caso.

Através de carta difundida pelo Vaticano e pelo Episcopado chileno, o sumo pontífice convocou há uma semana, em Roma, todos os bispos chilenos para "dialogar sobre as conclusões" de uma recente missão da Santa Sé ao Chile para investigar as denúncias de pedofilia e acobertamento na igreja local.

A reunião será celebrada na terceira semana de maio em Roma.

No final de fevereiro, o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, foi enviado ao Chile pelo papa Francisco para ouvir testemunhos que denunciam o acobertamento de casos de abuso sexual pelo bispo da cidade de Osorno (sur) Juan Barros. Mas a missão de Scicluna também incluiu reuniões com vítimas de pedofilia em colégios da Congregação Marista.

Barros é acusado de encobrir abusos sexuais reiterados do influente sacerdote Fernando Karadima, condenando em 2011 pelo Vaticano a uma "vida de oração e penitência" depois que a justiça local declarou que as acusações de abuso sexual haviam prescrito.

Na carta enviada aos bispos chilenos, o papa Francisco reconhece que "incorreu em graves equívocos de avaliação e percepção da situação, especialmente por falta de informação verdadeira e equilibrada".

Indica, ainda, que após uma leitura cuidadosa das atas do processo de investigação, pode "afirmar que todos os testemunhos recolhidos nelas falam de um modo desgarrador, sem acréscimos nem atenuantes, de muitas vidas crucificadas".

"Acho que é uma falta muito grave que se tenha enganado o Santo Padre, que alguém tenha pretendido enganá-lo", afirmou o arcebispo de Santiago.

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