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Protestos contra reforma da previdência deixam dois mortos na Nicarágua

A polícia indicou ainda que dois civis foram feridos a tiros, enquanto a oposição anunciou que um estudante universitário morreu e várias pessoas ficaram feridas

Agência France-Presse
postado em 20/04/2018 09:30
Manágua, Nicarágua - Um manifestantes e um policial morreram na quinta-feira (19/4) durante confrontos na Nicarágua, em meio a protestos contra a elevação das contribuições pagas ao INSS, o Instituto Nicaraguense de Segurança Social.

Segundo a Polícia Nacional, o agente identificado como Jilton Manzanares, de 33 anos, foi morto com um tiro de escopeta.

A segunda vítima fatal é Richard Pavón 17 anos, morto ao ser atingido a tiros por grupos que pretendiam atacar a prefeitura da cidade de Tipitapa, próxima da capital.

A polícia indicou ainda que dois civis foram feridos a tiros, enquanto a oposição anunciou que um estudante universitário morreu e várias pessoas ficaram feridas, mas este balanço não foi confirmado por fontes oficiais.

As autoridades chegaram a anunciar um balanço de três mortos, mas depois revisaram o anúncio para duas vítimas fatais.

Os incidentes aconteceram em Manágua e nas cidades vizinhas à capital.

Os protestos, convocados por universitários e aposentados, começaram pela manhã nos arredores da Universidade Nacional Agrária (UNA), em Manágua.

Os manifestantes rejeitam a elevação no valor das contribuições à Previdência introduzido na reforma decretada pelo governo do presidente Daniel Ortega, atendendo à recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Policiais de choque reprimiram os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete, enquanto eram alvo de paus e pedras.

Em meio aos distúrbios, o Canal 15 da TV a cabo foi retirado do ar e segundo seu diretor, Miguel Mora, "o governo ordenou a queda do sinal" em uma "clara violação do direito de liberdade de imprensa".

Outros três canais de TV aberta e a cabo saíram do ar quando transmitiam informações sobre os protestos.

A vice-presidente Rosario Murillo disse que os protestos são dirigidos por grupos "minúsculos", que chamou de "almas pequenas, tóxicas, repletas de ódio" e que não representam o sentimento do povo.

"Estas circunstâncias dolorosas manipuladas, esta corrupção de pensamentos e intenções, estes corações doentes, carregados de ódio e pervertidos, não podem semear o caos e negar aos nicaraguenses a tranquilidade que graças a Deus temos".

Os protestos começaram na quarta-feira, quando ao menos 18 pessoas, incluindo jornalistas, ficaram feridas por golpes e objetos contundentes atirados por grupos de ativistas que se identificaram como partidários do governo.

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