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Após jantar cordial, Macron e Trump abordam temas espinhosos

Nada foi mencionado sobre o assunto mais contencioso: o futuro do acordo nuclear iraniano que o presidente americano quer abandonar

Agência France-Presse
postado em 24/04/2018 10:20
Trump e MacronWashington, Estados Unidos - Depois de calorosas boas-vindas e de um glamouroso jantar privado, os presidentes Donald Trump e Emmanuel Macron porão à prova sua declarada amizade, nesta terça-feira (24/4), quando abordarão uma série de temas sensíveis, especialmente o acordo nuclear iraniano e a guerra comercial.

Hoje, o presidente americano e seu colega francês terão uma reunião de meia hora, a qual será, na sequência, estendida a seus assessores mais próximos por uma hora.

Esse deve ser um momento-chave dessa visita de Estado, a primeira de um dirigente estrangeiro na era Trump.

Na segunda-feira, os casais presidenciais plantaram, no jardim da Casa Branca, uma muda de carvalho oferecida pelo líder francês.

Em seu jantar privado, falaram da situação econômica americana, "das pesquisas do presidente Trump e da preparação para as eleições de meio de mandato" em novembro, indicou a Presidência francesa. Conversaram ainda sobre a regulação de Internet, assim como sobre a luta contra a radicalização e contra o terrorismo.

Também tocaram em pontos de atrito, como as tarifas que Trump quer impor a seus sócios sobre o aço e sobre o alumínio.

Nos últimos meses, Macron e Trump alternaram outras divergências - mudança climática, comércio e Irã -, mas também fizeram alianças: contra o Estado Islâmico (EI) e, sobretudo, pelas represálias conjuntas contra as instalações de armas químicas da Síria.

"Sobre o comércio, a Síria e a luta contra o terrorismo, têm uma vontade de construir uma agenda comum", garantiu a Presidência francesa na noite de segunda-feira, ressaltando um novo "ambiente muito amigável e pessoal" nas primeiras conversas dos presidentes em solo americano.

Nada foi mencionado sobre o assunto mais contencioso: o futuro do acordo nuclear iraniano que o presidente americano quer abandonar, se os termos não forem endurecidos para controlar a influência de Teerã no Oriente Médio. Trump tomará sua decisão em 12 de maio.

Nos últimos dias, Rússia, China, Reino Unido e Alemanha fizeram apelos pela manutenção do acordo.

"Não tenho um plano B" para garantir que o Irã não terá a bomba nuclear, disse Macron no domingo.

Paris quer propor a Trump um acordo complementar entre países ocidentais que responda às suas preocupações, mas a Presidência francesa estima que "os sinais não são animadores", levando-se em conta que Trump prometeu publicamente a seu eleitorado que deixará o tratado iraniano.

- Gala na Casa Branca -
Sobre as ameaças de tarifas sobre o aço e o alumínio europeus, Paris parece menos preocupada.

O governo francês espera que a exceção temporária que beneficia a União Europeia até o momento se torne permanente, depois que terminar esse período especial em 1; de maio.

"Não se faz guerra contra seus aliados", afirmou Macron no domingo.

Esta terça será diplomaticamente carregada. Após as reuniões na Casa Branca e uma entrevista coletiva em comum, Macron almoçará com o vice-presidente Mike Pence e com o secretário de Estado interino, John Sullivan. Depois, assistirá a uma cerimônia no cemitério militar de Arlington.

À noite, segundo a imprensa americana, será oferecido um jantar de Estado em homenagem ao presidente francês que reunirá cerca de 100 convidados na Casa Branca.

A lista oficial de convidados ainda não foi divulgada, mas o menu já foi amplamente detalhado: cheesecake, cordeiro e tartar de pêssego. E, para beber, vinhos do estado do Oregon de cepas originárias da França.

Na quarta-feira, Macron falará em inglês ao Congresso americano.

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