Agência France-Presse
postado em 28/04/2018 14:13
O novo secretário de Estado americano, Mike Pompeo, iniciou neste sábado (28) sua primeira turnê pelos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, depois de se reunir com membros da Otan em Bruxelas.
Nesta excursão de três dias, Pompeo visitará a Arábia Saudita, Israel e Jordânia, rivais regionais do Irã, para discussões antes da esperada decisão, em 12 de maio, do presidente Donald Trump sobre o acordo nuclear iraniano.
Pompeo assegura que o presidente ainda não tomou uma decisão. Opositor fervoroso deste acordo assinado em julho de 2015, Trump anunciará em 12 de maio se vai romper com este texto negociado entre o Irã e as grandes potências (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), como tem prometido.
Mas o ex-chefe da CIA, que voou para Bruxelas logo após tomar posse na quinta-feira como 70; secretário de Estado americano, também tem outra missão, mais pessoal: provar, com o apoio de Trump, que a diplomacia americana está de volta após o complicado mandato de Rex Tillerson, demitido em março e que nunca conseguiu conquistar a simpatia do presidente.
"Recuperar seu esplendor"
Ex-oficial militar de 54 anos, Pompeo estava no comando da CIA desde janeiro de 2017 e passou por um delicado processo de confirmação parlamentar após ser nomeado por Trump em meados de março.
Ele enfrentou a oposição de uma maioria de democratas que denunciava sua atitude bélica e declarações interpretadas como islamofóbicas e homofóbicas, e da ala republicana ultraliberal, que teme suas ambições intervencionistas.
Na quinta-feira, Trump chamou Pompeo de uma "peça excepcional" para os Estados Unidos em um "momento crítico".
Pompeo, que prometeu se dirigir à sua equipe assim que retornar a Washington na terça-feira, afirmou na sexta-feira, depois de uma reunião com funcionários de seu departamento que trabalham na OTAN, que estes "parecem esperar ver o departamento de Estado recuperar o seu esplendor".
"Ser profissional, fazer diplomacia - a diplomacia americana - em todo o mundo, essa é a minha missão", ressaltou.
Neste sábado, na Arábia Saudita, Pompeo vai se reunir com o chanceler saudita Adel Al Jubeir, antes de um jantar com o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman.
Como Trump e Pompeo, o príncipe saudita é um feroz opositor do Irã. Ele iniciou uma intervenção no Iêmen contra os rebeldes huthis, que provocou quase 10.000 mortes desde 2015 e causou "a pior crise humanitária do mundo", segundo a ONU.
Trump também quer ver Riad gastar mais para apoiar as operações anti-jihadistas lideradas por Washington na Síria e permitir que os soldados americanos voltem para casa em breve.
Depois da Arábia Saudita, Pompeo visitará Israel, onde encontrará o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e depois a Jordânia, que tem uma longa fronteira com a Síria.