Agência France-Presse
postado em 01/05/2018 15:17
Erevan, Arménia -O Parlamento armênio rejeitou, nesta terça-feira (1;), a candidatura do opositor Nikol Pachinian ao cargo de primeiro-ministro, horas depois de ele ter ameaçado causar um "tsunami político", se não conseguisse o cargo.
Dos 100 deputados presentes, 55 votaram contra Pachinian, e 45, a favor.
Milhares de partidários se reuniram no centro de Erevan por conta da votação.
Após mais de sete horas de discursos e de debates, o Partido Republicano, da situação, votou contra o opositor, como se previa.
Pachinian, de 52 anos, também sofreu a deserção de dois aliados dentro da coalizão de três bancadas parlamentares que haviam garantido seu apoio a ele.
"Uma força política que declarou guerra a seu próprio povo acaba de se autodestruir. O Partido Republicano como força política deixou de existir, é um fantasma", proclamou Pachinian diante dos deputados.
Depois do fracasso no Parlamento, Pachinian convocou seus partidários a bloquearem estradas, trens e aeroportos em final de protesto.
"A partir das 8h15 de amanhã (1h15, em Brasília), vamos bloquear todas as estradas. Convoco uma greve geral", declarou Pachinian a seus militantes em Erevan.
"A revolução do amor e da tolerância continua", afirmou.
A Armênia se encontra em uma crise política desde 13 de abril. No dia 23, as manifestações de milhares de simpatizantes e militantes da oposição levaram à renúncia de Serge Sarkissian. Ele havia sido eleito primeiro-ministro seis dias antes pelos deputados, após exercer a Presidência por dez anos.
O ex-jornalista Pachinian é o principal rival de Serge Sarkissian e de seu Partido Republicano.