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May enfrenta dissidentes conservadores sobre união aduaneira pós-Brexit

Cerca de 60 parlamentares conservadores enviaram à premiê um informe de 30 páginas detalhando sua oposição ao acordo

Agência France-Presse
postado em 02/05/2018 11:55
bandeiras da união europeia e do reino unidoLondres, Reino Unido - A primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, enfrentava nesta quarta-feira (2/5) um novo foco de tensão em seu partido, depois que um grupo de deputados ameaçou abandoná-la se não renunciar a um projeto de acordo aduaneiro com a União Europeia (UE) para depois do Brexit.

Cerca de 60 parlamentares conservadores, agrupados no European Research Group (ERG), enviaram à premiê um informe de 30 páginas detalhando sua oposição ao acordo.

Segundo o texto, este acordo limita a margem de manobra do Reino Unido pós-Brexit e deixaria sem sentido a decisão dos britânicos de abandonar a UE, relata a imprensa local.

Este documento chegou às mãos da primeira-ministra antes de sua reunião, nesta quarta à tarde, com seu "gabinete de guerra sobre o Brexit", encarregado de decidir as orientações das negociações com Bruxelas. A pauta hoje é, justamente, a questão aduaneira.

Theresa May repete que quer abandonar a união aduaneira e o mercado único para negociar livremente suas próprias associações comerciais, em particular com os Estados unidos e com os países-membros da Commonwealth.

Com a UE representando quase a metade do comércio exterior britânico, estudam-se duas possibilidades para limitar o impacto do Brexit. Uma delas seria uma solução particularmente tecnológica destinada a conservar a fluidez das trocas.

A outra, que contaria com a aprovação de May, teria a forma de um acordo, segundo o qual o Reino Unido aplicaria as tarifas aduaneiras para os bens que transitarem por seu território para depois transferi-las para a UE, e suas próprias tarifas para aqueles bens destinados ao país.

Ao ser questionada sobre o tema, durante a tradicional sessão de perguntas diante dos deputados, May não hesitou. "Abandonaremos a união aduaneira (...) velando para que as trocas comerciais com a UE se desenvolvam da maneira mais fluida possível. Há várias maneiras de conseguir isso", declarou.

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