Agência France-Presse
postado em 03/05/2018 18:34
Washington, Estados Unidos - Mais de 1.100 economistas americanos enviaram uma carta ao presidente Donald Trump e ao Congresso nesta quinta-feira (3/4) pedindo que evite repetir os erros que agravaram a Grande Depressão nos anos 1930.
Os conselheiros econômicos de dois presidentes republicanos e de dois presidentes democratas, além de 15 ganhadores do Prêmio Nobel, estão entre os que pediram para o governo se afastar de "uma série de novas atividades protecionistas, incluindo ameaças de retirar-se de acordos comerciais, adoção de tarifas em resposta a desequilíbrios comerciais e a imposição de taxas".
A carta da União Nacional dos Contribuintes (NTU, na sigla em inglês), que defende a reforma tributária e os cortes de gastos do governo, foi postada no aniversário de uma missiva semelhante enviada ao Congresso em 3 de maio de 1930.
Ela também contava com assinaturas de mais de mil economistas pedindo aos legisladores que rejeitassem o Smoot-Hawley Tariff Act, uma medida comercial amplamente atribuída ao aprofundamento e prolongamento da crise econômica global.
"O Congresso não aceitou o conselho dos economistas em 1930, e os americanos de todo o país pagaram o preço", disse a NTU. "Os economistas abaixo assinados e professores de economia pedem veementemente que você não repita esse erro".
A petição foi feita quando uma delegação de alto escalão do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o secretário de Comércio, Wilbur Ross, estão em Pequim negociando uma solução para a disputa comercial que teve início quando Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio.
O governo Trump acusa a China de furto de propriedade intelectual americana e exige mudanças em suas políticas de investimento e de proteção de patentes. Também considera reduzir o acesso de empresas de alta tecnologia chinesas a produtos americanos.
A carta da NTU faz referência à missiva de 1930, que alertava que as tarifas prejudicariam os consumidores, por meio de aumentos de preços, e os agricultores, pela perda de mercados para seus produtos.
"Tal ação inevitavelmente levaria outros países a nos retaliar cobrando tarifas contra nossos bens", disse a carta, acrescentando que essas políticas vão espalhar amargura. "Uma guerra tarifária não fornece um bom solo para o crescimento da paz mundial".