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Governo intervém por 90 dias em principal banco privado da Venezuela

"Esta ação de proteção ao povo venezuelano terá uma aplicação por um prazo de 90 dias, durante os quais se espera reconduzir a administração do banco, saneando-o e retirando-o de toda aquela atividade ilícita", segundo um comunicado oficial

Agência France-Presse
postado em 04/05/2018 00:45
O governo da Venezuela decidiu nesta quinta-feira intervir por 90 dias no Banesco, o principal banco privado do país, após a detenção de 11 altos diretores por suposta cumplicidade em operações especulativas contra a moeda local.

"Esta ação de proteção ao povo venezuelano terá uma aplicação por um prazo de 90 dias, durante os quais se espera reconduzir a administração do banco, saneando-o e retirando-o de toda aquela atividade ilícita", segundo um comunicado oficial.

O governo nomeou uma junta administrativa dirigida pela vice-ministra das Finanças, Yomana Koteich, que "garantirá a todo momento os direitos dos usuários", durante os três meses de intervenção, acrescentou.

Óscar Doval, presidente executivo, foi preso depois de depor na quarta-feira à Direção de Contra-inteligência Militar (Dgcim), que o havia citado junto com outros funcionários da entidade financeira, que tem presença nos Estados Unidos, Panamá, República Dominicana e Espanha.

Além de Doval, foram presos um consultor jurídico, quatro vice-presidentes, um diretor, dois gerentes e dois oficiais de serviço, informou à imprensa o procurador-geral, Tarek William Saab.

Saab revelou que eles são suspeitos de facilitar ou acobertar "ataques" contra o bolívar com a saída de papel moeda para outros países e de especular com o preço do dólar no mercado paralelo.

O presidente de Banesco Grupo Financeiro Internacional, Juan Carlos Escotet, anunciou nesta quinta-feira que nas próximas horas viajará de Portugal para a Venezuela para "socorrer" seus companheiros.

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