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Argentina discute com FMI obtenção de crédito 'stand by'

Nem a delegação argentina nem o FMI informaram sobre o montante da linha de crédito

Agência France-Presse
postado em 09/05/2018 20:29
Nem a delegação argentina nem o FMI informaram sobre o montante da linha de crédito
O ministro argentino da Economia, Nicolás Dujovne, iniciou nesta quarta-feira (9/5) as negociações com o FMI para obter crédito ;stand by; para enfrentar a crise financeira no país, disseram porta-vozes.

Dujovne e sua equipe encontraram o economista-chefe da divisão Hemisfério Ocidental no FMI, Alejandro Werner, na sede da instituição financeira em Washington.

De acordo com a assessoria de imprensa de Dujovne, a Argentina "pedirá um acordo financeiro ;stand by; de alto acesso. Neste momento as equipes técnicas estão trocando informações. Esses processos costumam durar cerca de 6 semanas".

Nem a delegação argentina nem o FMI informaram sobre o montante da linha de crédito.

A diretora-gerente do FMI, a francesa Christine Lagarde, deverá se juntar às negociações na quinta-feira.

Em uma breve nota, o FMI afirmou que "as autoridades argentinas e a equipe do FMI se reuniram hoje para analisar o pedido de apoio do Fundo por parte das autoridades argentinas".

Essas negociações "continuarão amanhã" (quinta-feira) e incluirão uma reunião entre o ministro Nicolas Dujovne e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde".

As linhas de crédito ;stand by; são uma modalidade específica entre as linhas de crédito do FMI, e o programa se caracteriza por incluir propostas de reformas que o país receptor se compromete a adotar para poder ter acesso aos recursos.

Neste caso, a modalidade de "acesso excepcional" permite que os países demandantes tenham acesso a créditos por seu valor superior a 145% de sua cota no FMI no período de um ano.

Em geral, o programa ;stand by; contempla pagamentos por parte do país receptor em um prazo entre 3 e 5 anos.

"Angústias, medos, preocupações"

Um dia depois do anúncio do presidente Mauricio Macri de que vai pedir um salva-vidas ao FMI para enfrentar o ataque especulativo contra o peso, o chefe de Gabinete Marcos Peña declarou em coletiva de imprensa que "o ministro de Fazenda (Nicolás Dujovne) já está trabalhando com os técnicos (do Fundo) em Washington".

A Argentina foi abalada, nas últimas semanas, por uma forte demanda de dólares de investidores que fogem do peso e deixam o país.

Desde que foram iniciadas as vendas em março, o Banco Central se desfez 8 bilhões de dólares de suas reservas, que caíram a 55 bilhões.

"Nunca deixamos de ser membros do FMI. Em 30 meses de governo, que foram positivos, aplicamos o caminho do gradualismo, e avançar até o equilíbrio das contas públicas", disse o chefe dos ministros, que afirmou que ainda não é possível quantificar o montante do auxílio solicitado.

Ele disse que não ia responder uma pergunta sobre as pesquisas que refletem uma rejeição de 75% da população a um acordo com o FMI, cujas receitas são, para muitos, responsáveis por crises vividas no passado.

Peña atribuiu a crise ao "contexto global" e até a "situações internas", mas deixou claro que a origem do problema é que o país "depende do financiamento externo", após a liberação há 30 meses do mercado cambial, sem regulações, e o endividamento para financiar um déficit fiscal primário de quase 4 pontos do PIB.

"Há maior exigência por parte daqueles que nos emprestam dinheiro", disse após reafirmar que não haverá mudanças no Gabinete. Ele acrescentou que a diretora do FMI, Christine Lagarde, "deixou claro há um mês seu apoio ao gradualismo" das reformas pró-mercado de Macri.

Ele admitiu que existem "angústias, medos, preocupações" na população por "uma crise maior, como as que vivemos no passado", mas alertou que "não é certo que a história sempre se repita".

Os credores "querem ter a convicção de que vão repagar (a dívida) e de que somos confiáveis". Desde que Macri assumiu, a Argentina tomou mais de 100 bilhões de dólares da dívida e elevou seu percentual de 43% a 54% do PIB, segundo dados oficiais.

Peña ratificou a taxa de câmbio flutuante e o rechaço ao congelamento de tarifas que impulsiona a oposição no Congresso.

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