Agência France-Presse
postado em 10/05/2018 08:41
Nairóbi, Quênia - A ruptura de uma represa na quarta-feira (9/5) à noite no centro do Quênia deixou pelo menos 32 mortos, depois que a água e a lama arrastaram diversas casas no momento em que os moradores dormiam, em plena temporada de chuvas. Desde março, chega a 160 o número de mortos no país.
A represa de Solai, próxima a Nakuru, a 160 km de Nairóbi, cedeu às 21h locais de quarta-feira. A água destruiu as casas modestas desta zona rural.
Durante toda a noite, as equipes de emergência, com a Cruz Vermelha local à frente, trabalharam para auxiliar os sobreviventes e recuperar os corpos das vítimas.
"A busca e as tarefas de emergência continuam. Mais corpos foram encontrados. O balanço agora é de 32 mortos", afirmou o comandante da Polícia regional, Gideon Kibunjah.
"É uma catástrofe, porque a maioria dos habitantes estava dormindo no momento da tragédia", relatou.
Trinta e seis pessoas foram internadas em hospitais da região.
Fontes locais afirmaram à AFP que a represa era usada para irrigar as granjas da zona e, perto do local, havia casas de trabalhadores agrícolas.
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Um policial que pediu anonimato afirmou que os socorristas haviam percorrido, durante a manhã, metade da área afetada pela ruptura da represa.
Mais de 160 pessoas morreram no Quênia pelas inundações desde o início da temporada de chuvas em março. Antes da ruptura da represa de Solai, o governo havia anunciado um balanço de 132 vítimas fatais.
O Quênia tem duas temporadas de chuvas por ano: de outubro a dezembro e de março a junho. As três últimas foram relativamente calmas, mas a atual provocou tempestades intensas sobre boa parte do país e o leste da África.
Recentemente, a Cruz Vermelha queniana fez um apelo para arrecadar cinco milhões de dólares e ajudar os desabrigados de 32 dos 47 condados do país.
As inundações derrubaram pontes e casas. Em várias regiões, o Exército utilizou helicópteros para resgatar moradores presos em suas casas.
Em Ruanda, 215 pessoas morreram desde janeiro em inundações e deslizamentos provocados pelas chuvas, de acordo com o balanço oficial do governo.
As chuvas torrenciais também afetam a Somália, após uma forte seca. A cidade de Beledweyne, no centro-sul do país, sofreu inundações depois da cheia do rio Shebelle. A AMISOM (Missão da União Africana na Somália) retirou 10.000 habitantes da localidade.