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Irã considera insuficientes promessas da UE para acordo nuclear

A União Europeia (UE) disse esta semana que está buscando "soluções práticas para permitir ao Irã continuar com suas vendas de petróleo e gás, com as transações bancárias e com a manutenção das conexões aéreas e marítimas"

Teerã, Irã -O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, considerou neste domingo (20) que os compromissos da União Europeia (UE) para resgatar o acordo nuclear são insuficientes e que o bloco deveria fazer mais, segundo a televisão estatal.

"Com a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, a expectativa da opinião pública iraniana em relação à União Europeia aumentou e (...) o apoio político da UE ao acordo nuclear não é suficiente", declarou Mohamad Javad Zarif depois de um encontro em Teerã com o comissário europeu para a Energia, Miguel Arias Cañete.

"A União Europeia deve dar passos concretos e aumentar seus investimentos no Irã", acrescentou Zarif. "Os compromissos da UE para aplicar o acordo nuclear não são compatíveis com o anúncio da provável retirada (do Irã) das grandes empresas europeias", prosseguiu.

Cañete é o primeiro funcionário de alto escalão ocidental a ser recebido em Teerã desde a decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo nuclear iraniano.

Com essa escolha, Washington voltará a impor sanções a Teerã que haviam sido suspensas, e que afetam especialmente as empresas europeias que operam na República Islâmica.

A União Europeia (UE) disse esta semana que está buscando "soluções práticas para permitir ao Irã continuar com suas vendas de petróleo e gás, com as transações bancárias e com a manutenção das conexões aéreas e marítimas".

A Comissão Europeia lançou na sexta-feira um procedimento para ativar a "lei de bloqueio", com o objetivo de responder os efeitos extraterritoriais das sanções americanas nas empresas europeias que querem investir no Irã.

A gigante francesa Engie (ex-GDF Suez) anunciou no sábado que vai encerrar suas atividades de engenharia no Irã em novembro para evitar sanções. O grupo francês Total também indicou na quarta-feira que espera obter uma derrogação de Washington para poder concluir um grande projeto de gás no Irã.

Outras empresas europeias já anunciaram que vão se retirar desse país.

O porta-voz da chancelaria iraniana negou, por outro lado, a informação segundo a qual o Irã aceitou negociar com os europeus sobre outros assuntos que o acordo nuclear, em referência ao programa balístico de Teerã e o papel da República Islâmica na região de Oriente Médio.