Agência France-Presse
postado em 22/05/2018 09:02
Sydney, Austrália - O arcebispo australiano Philip Wilson, de 67 anos, foi declarado culpado nesta terça-feira (22/5) de encobrir abusos sexuais a um menino em 1970, tornando-se um dos mais altos responsáveis da Igreja no mundo a ser julgado por esse tipo de crime.
Wilson, arcebispo de Adelaide, é acusado de acobertar os abusos de um conhecido padre pedófilo, Jim Fletcher, em Nova Gales do Sul, por não informar as acusações de sua vítima.
O acusado negou as acusações. Sua defesa tentou arquivar o caso quatro vezes, alegando que Wilson havia sido diagnosticado com Alzheimer e, por esse motivo, não deveria ser julgado. A doença não o impediu, porém, de manter seu cargo na igreja.
O juiz Robert Stone, do tribunal local de Newcastle, declarou-o culpado de acobertar o crime grave de outra pessoa, com pena máxima prevista de dois anos de prisão. A sentença ainda será anunciada.
Durante o julgamento, não se questionou que Fletcher, já falecido, abusasse sexualmente do coroinha Peter Creigh, mas, sim, o fato de Wilson, então um jovem padre, não ter feito nada a respeito quando foi informado.
O magistrado disse não aceitar que Wilson não conseguisse se lembrar de uma conversa em 1976, na qual Creigh lhe descreveu os abusos detalhadamente.
Sua condenação representa uma dor de cabeça adicional para o papa Francisco, cujo pontificado está marcado pelas denúncias de abusos sexuais entre padres católicos de vários países. Na semana passada, .
Vários membros da cúpula eclesiástica chilena foram acusados pelas vítimas de ignorarem e acobertarem os abusos do padre pedófilo Fernando Karadima nos anos 1980 e 1990.