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Extremista belga é condenado à morte no Iraque por pertencer ao EI

Tarik Jadaoun, belga de origem marroquina nascido em 1988, juntou-se ao grupo ultrarradical EI em 2014 sob o nome de guerra de Abu Hamza al-Belgiki



Um extremista belga que lançou ameaças em vídeos contra a Bélgica e a França foi condenado à morte por enforcamento, nesta terça-feira (22/5), no Iraque, por pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI). Tarik Jadaoun, belga de origem marroquina nascido em 1988, juntou-se ao grupo ultrarradical EI em 2014 sob o nome de guerra de Abu Hamza al-Belgiki.

Nos vídeos gravados por ele, Jadaoun lança um apelo para que outros extremistas ataquem a Europa. Ele foi apelidado de "novo Abaaoud", em referência a seu compatriota Abdelhamid Abaaoud, um dos supostos organizadores dos atentados de 13 de novembro de 2015 na França.

Em um comunicado publicado pouco depois do veredicto, o porta-voz do Conselho Supremo de Magistratura, juiz Abdel Sattar Bayraqdar, apresentou o condenado como "um dos terroristas estrangeiros mais procurados por ter combatido na Síria e no Iraque nas fileiras do grupo terrorista" EI. Tarik Jadaoun tem 30 dias para recorrer da decisão e, passado este prazo, a pena de morte poderá ser aplicada.

Durante a primeira audiência de seu julgamento no tribunal criminal central de Bagdá, em 10 de maio, Tarik Jadaoun se declarou "inocente" e disse aos juízes que "havia se desviado". "Eu não era combatente, dirigia uma unidade de enfermeiros do EI e cuidava de todo mundo. Trabalhei no hospital al-Jumhuriya de Mossul e em hospitais de campanha em Makhul e Be;ji", havia assegurado.

"Eu me desvie e peço clemência", acrescentou na ocasião, ressaltando que "não teve escolha" a não ser fazer os vídeos, porque um "dos principais líderes do EI me pediu". Nesta terça-feira, o homem, que se sentou no banco dos réus vestido com o uniforme da prisão, cabeça raspada e uma impressionante barba preta, não se defendeu.

O juiz primeiro leu a lista de acusações, que inclui seu papel como combatente do grupo EI e sua entrada ilegal em território iraquiano, antes de perguntar se ele queria acrescentar alguma coisa. "Não", foi a resposta concisa de Jadaoun.

Ele então foi condenado a ser "enforcado até a morte conforme o artigo 4 da lei antiterrorista". Jadaoun perdeu o sorriso, e seu rosto pareceu desmoronar. A audiência durou menos de dez minutos, segundo o jornalista da AFP. O juiz forneceu a Jadaoun, que se expressava em árabe, um advogado de ofício durante a abertura do julgamento.

No total, mais de 300 pessoas, entre elas uma centena de estrangeiros, foram condenadas à morte no Iraque, e outras tantas à prisão perpétua, por pertencerem ao Estado Islâmico, segundo fontes judiciais. Entre os estrangeiros, a maioria dos condenados é turca, ou cidadãos das ex-repúblicas da União Soviética. Recentemente, foram condenadas à prisão perpétua uma alemã e uma francesa.

Quarto país no mundo em termos de execuções, segundo a Anistia Internacional, o Iraque já executou cidadãos estrangeiros, ou com dupla nacionalidade, por atos cometidos dentro de organizações com a Al-Qaeda. Mas, até à data, nenhum cidadão de um país ocidental condenado à morte por pertencer ao EI foi executado.

Por violar a fronteira do país, Tarik Jadaoun também foi condenado a três anos de prisão e mais de 2.000 euros de multa.