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Greve judicial inédita na Espanha reivindica mais independência

Segundo dados provisórios do comitê de greve, que serão atualizados durante o dia, a paralisação contava com a adesão de 2.294 juízes (42% do corpo judicial) e 1.264 procuradores (51%)

Agência France-Presse
postado em 22/05/2018 15:03
A vice-presidente do governo espanhol e ministra da Presidência, Soraya Sáenz de Santamaría, e o ministro da Justiça, Rafael Catalá

Juízes e procuradores iniciaram nesta terça-feira (22/5) uma greve inédita na Espanha, para pedir o reforço de sua independência do poder político, após meses de polêmicas e de grande exposição midiática.

"Queremos expressar nosso profundo mal-estar com os responsáveis em matéria de Justiça diante do abandono, no qual este serviço público se encontra", escreveram em comunicado conjunto as quatro associações de juízes e as três de procuradores que existem na Espanha.

[SAIBAMAIS]Segundo dados provisórios do comitê de greve, que serão atualizados durante o dia, a paralisação contava com a adesão de 2.294 juízes (42% do corpo judicial) e 1.264 procuradores (51%).

Nos últimos anos, o Poder Judiciário tem tido forte exposição midiática pelos muitos casos de corrupção política. Além disso, destacou-se como a primeira linha de defesa do Estado espanhol diante do desafio separatista catalão.

Em seu comunicado, os juízes e procuradores não se referem diretamente à Catalunha, mas lembram as reivindicações feitas há quase um ano. Eles pedem mudanças que permitam reforçar a independência do Poder Judiciário, e um plano de investimento para modernizar os meios materiais e aumentar o número de juízes e procuradores, equiparando-os com a média europeia.

Em conversa com jornalistas, o ministro da Justiça, Rafael Catalá, comentou que não há "discrepância profunda" com essas reivindicações e destacou que algumas delas são contempladas no novo orçamento que o governo tentar promover, negociando os apoios parlamentares necessários.

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