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Mais de 60 partidos de esquerda, associações e sindicatos foram às ruas em várias cidades da França, neste sábado (26), na expectativa de reunir uma "maré popular" para se opor à política do presidente Emmanuel Macron, há um ano no poder. Conforme a CGT, as manifestações reuniram pelo menos 250 mil pessoas.
Em Paris, mais 80 mil pessoas teriam ido às ruas, segundo a CGT, e 21 mil, de acordo com a Polícia, uma participação mais modesta em comparação ao primeiro grande ato contra Macron, quando pelo menos 100 mil se manifestaram em Paris, segundo os organizadores, e 40 mil, conforme a Polícia.
Os organizadores esperavam reunir dezenas de milhares de pessoas em Paris e em outras cidades para expressar sua insatisfação com as reformas do governo francês em diversos âmbitos (direito trabalhista, funcionalismo público, transporte ferroviário, universidades...) em detrimento, segundo eles, de determinados segmentos da população.
A mobilização não parece preocupar muito o chefe de Estado que, de São Petersburgo, declarou na sexta-feira que "isso não o deteria".
"Ouvir as pessoas não significa ser o indeciso da opinião pública. Então, assumo o fato de não presidir em função das pesquisas, ou das manifestações, porque é algo que já passou da conta", avisou.
;Presentes para os muito ricos;
"Dão-se presentes para os muito ricos, convida-se para o Eliseu (o Palácio presidencial) diretores-executivos de empresas que não pagam seus impostos e, em paralelo, congelam os salários dos funcionários, aplica-se o CSG (imposto para financiar parte da proteção social) aos aposentados", denunciou neste sábado Philippe Martinez, secretário-geral do poderoso sindicato CGT, que participa do movimento de protesto.
Os outros dois grandes sindicatos nacionais, a CFDT e a FO, negam-se a fazer parte, porque não querem abandonar o terreno sindical para participar de um movimento com matizes políticos.
O Partido Socialista (PS) tampouco estará nas ruas, ao contrário da França Insubmissa, do Partido Comunista, ou dos ecologistas.
"Há um momento social que é necessário respeitar. E depois haverá um momento político", alegou o primeiro-secretário do PS, Olivier Faure. "Ao querer confundir muito os momentos (...) não se ajuda o movimento social, ele se enfraquece", completou.
Em Paris, a marcha parte no início da tarde, no leste da capital, sob uma forte vigilância policial.
A Polícia fará "vários controles" antes da manifestação para detectar armas e pessoas violentas, anunciou a corporação na sexta-feira.
O desfile de 1; de maio em Paris deixou danos materiais significativos, e houve confrontos com a Polícia, atribuídos - de acordo com o governo - aos cerca de 1.200 manifestantes violentos de extrema esquerda.
Quatro dias depois, outra manifestação contra as políticas de Macron reuniu entre 40.000 e 160.000 pessoas, segundo as diferentes fontes, e terminou com poucos incidentes.
Em 22 de maio, cerca de 139.000 pessoas, de acordo com o Ministério do Interior, foram às ruas de inúmeras cidades francesas em um protesto convocado pelos sindicatos de funcionários. Nesse dia, creches e escolas não funcionaram.
O governo francês também enfrenta, desde o início de abril, uma mobilização contra uma reforma da companhia nacional de ferrovias, a SNCF, que já registrou vários dias de greve.