O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira a "brutal repressão" contra manifestantes na Nicarágua e pediu ao governo que cesse "todos os atos de violência e adote uma reforma eleitoral". Por 536 votos a favor, 39 contra e 53 abstenções, os eurodeputados reunidos em Estrasburgo (nordeste da França) também exortaram os manifestantes e organizações à frente dos protestos a "abster-se de recorrer à violência durante o exercício de seus direitos".
Pelo menos 92 mortos, segundo dados oficiais e de organizações de direitos humanos compilados pela AFP, foram registrados nos protestos, que começaram em 18 de abril, contra a reforma da previdência social promovida pelo governo de Daniel Ortega.
As manifestações foram marcadas pela violência e provocaram protestos contra o governo. Os manifestantes exigem a renúncia de Ortega, um ex-guerrilheiro que eles acusam de tentar estabelecer uma ditadura familiar como a de Anastasio Somoza (1934-1979), contra a qual ele mesmo lutou.
O Parlamento Europeu "condena a brutal repressão e intimidação dos manifestantes pacíficos na Nicarágua, que se opõem à reforma da previdência social, e lembra todas as forças de segurança da Nicarágua de seu dever, o de proteger seus cidadãos".
Na resolução, promovida pelos grupos conservadores, social-democratas e liberais, os eurodeputados pedem que "as autoridades da Nicarágua autorizem uma investigação internacional transparente e independente, a fim de processar os responsáveis %u200B%u200Bpela repressão".