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Eurocâmara condena 'brutal repressão' contra manifestantes na Nicarágua

Pelo menos 92 mortos foram registrados nos protestos

Agência France-Presse
postado em 31/05/2018 11:41

Manifestações protestam exigindo que o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, se retirem em Manágua em 26 de maio de 2018. Centenas de manifestantes se reuniram em torno da Nicarágua no sábado bloqueando estradas, já que pelo menos mais oito pessoas foram mortas em um período de 24 horas

O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira a "brutal repressão" contra manifestantes na Nicarágua e pediu ao governo que cesse "todos os atos de violência e adote uma reforma eleitoral". Por 536 votos a favor, 39 contra e 53 abstenções, os eurodeputados reunidos em Estrasburgo (nordeste da França) também exortaram os manifestantes e organizações à frente dos protestos a "abster-se de recorrer à violência durante o exercício de seus direitos".

Pelo menos 92 mortos, segundo dados oficiais e de organizações de direitos humanos compilados pela AFP, foram registrados nos protestos, que começaram em 18 de abril, contra a reforma da previdência social promovida pelo governo de Daniel Ortega.

As manifestações foram marcadas pela violência e provocaram protestos contra o governo. Os manifestantes exigem a renúncia de Ortega, um ex-guerrilheiro que eles acusam de tentar estabelecer uma ditadura familiar como a de Anastasio Somoza (1934-1979), contra a qual ele mesmo lutou.

O Parlamento Europeu "condena a brutal repressão e intimidação dos manifestantes pacíficos na Nicarágua, que se opõem à reforma da previdência social, e lembra todas as forças de segurança da Nicarágua de seu dever, o de proteger seus cidadãos".

Na resolução, promovida pelos grupos conservadores, social-democratas e liberais, os eurodeputados pedem que "as autoridades da Nicarágua autorizem uma investigação internacional transparente e independente, a fim de processar os responsáveis %u200B%u200Bpela repressão".

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