O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein foi indiciado por estupro e crimes sexuais por um grande júri de Nova York, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira, 30. Segundo um comunicado da Procuradoria do Distrito de Manhattan, as acusações dizem respeito a abusos contra duas mulheres e ocorreram em 2004 e 2013, quando Weinstein, no papel de dono da Miramax, era um dos homens mais poderosos da indústria cinematográfica norte-americana.
"As denúncias deixam o acusado um passo mais perto de ser responsabilizado pelos crimes de violência", disse o procurador Cyrus Vance, acrescentando que o inquérito segue "ativo e em curso".
A incriminação chega pouco depois de os advogados do ex-produtor terem comunicado sua decisão de não testemunhar perante o grande júri, corpo legal característico da Justiça dos EUA e que é convocado por procuradores para investigar crimes, ouvir depoimentos sob juramento e até proferir acusações.
Weinstein, 66, se entregou à polícia na última sexta-feira, 25, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 1 milhão. Se condenado, ele pode pegar até 25 anos de cadeia. Uma das mulheres em questão não foi identificada e diz que o ex-produtor a trancou e violentou em um quarto de hotel em Nova York.
A outra é a ex-atriz Lucia Evans, que diz ter sido forçada a fazer sexo oral em Weinstein em 2004. A defesa do ex-produtor alega que ele nunca teve "comportamento sexual sem consentimento".
As denúncias eclodiram no fim de 2017 e desmoronaram o império construído por Weinstein, que foi banido da Academia do Oscar e se afastou da Miramax. Entre suas vítimas estão estrelas como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevingne, Léa Seydoux e Asia Argento.