Agência France-Presse
postado em 03/06/2018 11:32
Srinagar, Índia - Dois soldados indianos morreram neste domingo (3/6) por disparos em Caxemira, na fronteira entre a Índia e o Paquistão, segundo as autoridades indianas, o que põe fim a uma breve trégua entre os dois países. Sete civis também ficaram feridos.As forças de segurança indianas disseram ter respondido aos disparos de guardas de fronteira paquistaneses na cidade de Sialkot (nordeste), na região disputada pela Índia e o Paquistão.
"Os soldados foram imediatamente evacuados para um hospital militar, onde morreram em consequência dos ferimentos", informou Manoj Yadav, porta-voz das guardas de fronteira indianas.
As autoridades paquistanesas não fizeram comentários a respeito do ocorrido.
Estes enfrentamentos acontece quatro dias depois que os exércitos da Índia e do Paquistão prometeram respeitar o cessar-fogo de 2003 na Caxemira, onde se multiplicam os conflitos na fronteira entre os dois países e a violência alcançou níveis não vistos em 15 anos.
Islamabad e Nova Délhi informaram sobre mais de 200 mortos e mais de mil feridos desde 2015 ao longo da Linha de Controle, fronteira de 740 quilômetros que separa Azad Caxemira (Paquistão) e Jammu e Caxemira (Índia).
Segundo as autoridades paquistanesas, os disparos e bombardeios da Índia, que foram retomados em meados de 2016, deixaram 21 mortos e 128 feridos desde 1; de janeiro. De acordo com Nova Delhi, os ataques do Paquistão provocaram este ano 43 mortos indianos, 25 deles civis.
Os dois países, que reivindicam este território com uma população sobretudo muçulmana e travaram duas guerras, haviam permanecido relativamente tranquilos durante uma década depois do último cessar-fogo, em 2003.
A tensão também aumenta pela insurreição separatista que desestabiliza a Caxemira indiana desde o final dos anos 1980 e que provocou dezenas de milhares de mortos. Nova Delhi acusa regularmente Islamabad de avivar este movimento, algo que o Paquistão nega.
Segundo especialistas, 500 mil soldados indianos foram mobilizados na Caxemira, entre cinco e 10 vezes a mais que os efetivos paquistaneses.