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Vulcão de Fogo deixa 200 desaparecidos e ameaça com novas erupções

As autoridades disseram que 75 já morreram, mas espera-se que este número aumente

Agência France-Presse
postado em 06/06/2018 16:47
As autoridades disseram que 75 já morreram, mas espera-se que este número aumente
O Vulcão de Fogo, na Guatemala, continuava a provocar explosões e lançar torrentes de lama e cinzas pelas montanhas nesta quarta-feira (6/6), depois de deixar mais de 75 mortos e 200 desaparecidos.

[SAIBAMAIS]Bombeiros e socorristas temem uma nova atividade do vulcão com 3.763 metros de altura, após uma erupção neste domingo, 3/6, destruir um vilarejo inteiro.

As autoridades disseram que 75 já morreram, mas espera-se que este número aumente.

"Já temos os dados com nomes e locais onde há pessoas desaparecidas e o número é 192", afirmou Sérgio Cabanas, diretor da Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred).

Especialistas disseram que o vulcão registrou diversas explosões nesta quarta-feira, criando uma nova coluna de cinzas de 4.700 metros de altura.

"As explosões estão provocando avalanches moderadas que têm a distância aproximada de 800 a mil metros e, em sua trajetória, estão carregando material fino a uma altura de cerca de 100 metros", afirmou o Instituto de Vulcanologia.

"Há cinzas persistentes no meio-ambiente".

Socorristas tiveram que suspender temporariamente suas buscas nesta terça-feira, após uma nova erupção provocar um deslizamento de terra.

Centenas de pessoas foram evacuadas de sete comunidade na região de Escuintla perto do cume, enquanto moradores fugiam de carro desesperadamente, provocando um trânsito caótico.

Uma grande nuvem de cinzas se elevou ali. Todos os morados encontrados pelas autoridades foram evacuados, antes que a polícia, os militares e as equipes de resgate recebessem ordens de se retirar.

Busca contínua
Centenas de agentes trabalhavam em condições adversas para procurar restos mortais no emaranhado de escombros, poeira e terra deixados pelos deslizamentos de terra.

Toda a área de buscas estava coberta por uma grossa camada de poeira. A polícia usava tinta vermelha para marcar as casas onde já haviam buscado corpos.

Mais de 12 mil pessoas foram evacuadas de suas casas, segundo a Conred, e mais de 3 mil estavam em abrigos temporários.

Nesta quarta-feira, 4/6, voluntários locais se organizavam para distribuir comida aos agentes de resgate.

"Viemos em apoio às pessoas que estão arriscando suas vidas pelos que moram aqui", disse Gladys Vian, de 56 anos.

O mais forte em décadas
Essa foi a erupção mais forte registrada na Guatemala em quatro décadas.

As nuvens de poeira na região cobriram estradas, carros e pessoas, enquanto um rio de lama derretida escorria pela montanha.

Autoridades disseram que a velocidade a força da erupção surpreendeu as comunidades, com muitos mortos dentro de casa.

Apesar de ofertas de ajuda de Estados Unidos, México e outros vizinhos latino-americanos, autoridades guatemaltecas não requisitaram apoio internacional.

O Ministério de Relações Exteriores afirmou que a Conred vai ajudar a determinar a necessidade desses pedidos.

O presidente Jimmy Morales foi criticado nas redes sociais por esperar passivamente para reagir a ofertas ajuda internacional.

O diretor da Cruz Vermelha deve visitar a Guatemala nesta quinta-feira, 31/6, informou a organização, com sede em Genebra.

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