Agência France-Presse
postado em 09/06/2018 00:44
Os presidentes de Estados Unidos e França, Donald Trump e Emmanuel Macron, constataram avanços nas negociações nesta sexta-feira (8/5) na reunião dos mandatários do Grupo dos Sete (G7), no Canadá.
Trump disse ter avançado em assuntos comerciais com o Canadá em uma reunião com o primeiro-ministro, Justin Trudeau, à margem da cúpula realizada em La Malbaie, Quebec.
"Justin aceitou eliminar todas as tarifas e barreiras comerciais", brincou um sorridente Trump ao se sentar, diante da imprensa, com Trudeau - a quem tinha criticado horas antes.
"Conseguimos muitos avanços hoje", disse mais seriamente, afirmando que as relações bilaterais nunca foram melhores.
"Pode ser que o Nafta tenha um formato diferente", acrescentou o americano referindo-se ao Acordo de Livre-Comércio da América do Norte, que reúne os dois países e o México. Ele previu "algo muito benéfico" para ambas as nações.
Na coletiva ao lado de Trudeau, Trump deu um sinal de boa vontade ao antecipar que os líderes do G7 podem emitir um comunicado conjunto ao fim da reunião.
Macron também apontou que "as coisas estão avançando no G7".
"Nós tivemos uma primeira discussão, um começo de negociações sobre assuntos atuais, como o comércio, mas que permitiram resolver, acho, muitos mal-entendidosa. Então, há uma vontade de trabalhar, de avançar juntos", declarou o presidente francês.
Mas a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou que seu país "não mudará de opinião quando se tratar da aplicação ilegal e injustificada de tarifas sobre aço e alumínio, não só provenientes do Canadá, mas também do aço e do alumínio vendidos por todos os aliados do G7 que estão reunidos aqui", em referência às medidas protecionistas adotadas por Trump.
Rússia na pauta
Antes de viajar para o Canadá, Trump defendeu o retorno da Rússia, excluída em 2014, para que o grupo volte a ser o G8.
Após anexar a região ucraniana da Crimeia, a Rússia foi expulsa deste grupo de nações mais ricas do planeta, que se apresentam como avalistas da ordem política e econômica mundial.
França, Itália, Alemanha e Grã-Bretanha, os quatro países europeus do G7, concordaram nesta sexta-feira em negar o retorno dos russos grupo.
Macron, a alemã Angela Merkel, a britânica Theresa May e o italiano Giuseppe Conte afirmaram que "a posição europeia é de negar o retorno da Rússia", embora considerem "a possibilidade de estabelecer um diálogo", em uma concessão feita a Roma.
Linhas Vermelhas
Na primeira sessão de trabalho, Trump respondeu às acusações de protecionismo emitidas por União Europeia e Canadá culpando, por exemplo, as tarifas canadenses sobre os produtos lácteos e outras barreiras tarifárias que enfrentam os produtos americanos na Europa.
Segundo uma fonte ligada ao encontro, os "Seis" rebateram os dados apresentados por Trump, mas o tom se manteve "profissional" e sem excessos.
Os seis líderes querem evitar uma guerra comercial e convencer Trump de que suas tarifas atingirão, em última instância, a própria economia americana e o crescimento mundial.
Uma ideia proposta por Merkel, segundo os franceses, seria iniciar um "diálogo" entre Estados Unidos e UE para resolver o conflito envolvendo o aço e o alumínio, e evitar que o problema atinja outros setores, como o de veículos.
Os líderes negociarão durante o jantar oficial desta sexta-feira e no sábado, enquanto seus funcionários trabalham para elaborar uma declaração final conjunta.