Mundo

Hábito de Trump de rasgar documentos é uma dor de cabeça para arquivistas

Medida obriga os arquivistas da Casa Branca a reunir e colar os pedaços novamente

Agência France-Presse
postado em 11/06/2018 12:48
A Lei de Arquivos Presidenciais exige que todo documento tocado pelo presidente (memos, cartas, e-mails) deve ser conservado e enviado ao Arquivo Nacional como parte do registro histórico
Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem o hábito de rasgar os documentos depois de utilizá-los, o que obriga os arquivistas da Casa Branca a reunir e colar os pedaços novamente, informa o site de notícias Politico.

"É a coisa mais louca que já vi. Ele rasgava os papéis em pequenos pedaços", declarou Solomon Lartey, ex-funcionário do setor de registros da Casa Branca.

A Lei de Arquivos Presidenciais exige que todo documento tocado pelo presidente (memos, cartas, e-mails) deve ser conservado e enviado ao Arquivo Nacional como parte do registro histórico.

Mas o hábito de Trump de rasgar documentos depois de utilizá-los - às vezes pela metade mas em algumas ocasiões em pequenos pedaços - provocou grandes dores de cabeça aos arquivistas durante os primeiros meses de sua presidência.

Lartey disse que todo o departamento de administração de arquivos da Casa Branca recebeu a missão de remontar os documentos com fita adesiva.

De acordo com o Politico, os funcionários da Casa Branca recolhiam os documentos rasgados do Salão Oval e da residência do presidente e depois os entregavam à administração de arquivos para que os remontassem "como um quebra-cabeças".

"Você encontrava as peças e as colava. E depois entregava de volta ao supervisor", disse Lartey.

Ele afirmou que os documentos nos quais trabalhou incluíam clippings de jornais com notas sobre Trump, convites e cartas de eleitores ou legisladores.

"Eu tive uma carta de Schumer que ele rasgou", disse, em referência ao líder da minoria no Senado, Charles Schumer.

Outro ex-funcionário do setor de arquivos da Casa Branca, Reginald Young, declarou que esta foi a primeira vez em duas décadas como funcionário do governo que ele recebeu uma tarefa deste tipo.

"Eu olhei para o meu diretor e perguntei: ;Vocês estão falando sério?; Nós recebemos mais 60.000 dólares por ano, temos que fazer coisas muito mais importantes que isto. Parecia a forma mais baixa de trabalho que você poderia assumir, excluindo esvaziar latas de lixo".

Tanto Young, de 48 anos, como Lartey, 54, fora demitidos de maneira abrupta no início do ano sem explicação, afirmaram os dois.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação